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Jorge da Capadócia

Jorge da Capadócia
Jorge Ben Jor
Jorge sentou na praça
Na cavalaria
Eu estou feliz
Porque eu também
Sou da sua Companhia

Eu estou vestido
Com as roupas
E as armas de Jorge
Para que meu inimigos
Tenham pés e não me alcancem
Para que meus inimigos
Tenham mãos e não me toquem
Para que meus inimigos
Tenham olhos e não me vejam
E nem mesmo pensamento
Eles possam ter
Para me fazerem mal
Armas de fogo
Meu corpo não alcançarão
Facas e espadas se quebrem
Sem o meu corpo tocar
Cordas e correntes se arrebentem
Sem o meu corpo amarrar
Pois eu estou vestido
Com as roupas e as armas de Jorge
Jorge é de Capadócia
Salve Jorge, salve Jorge
Salve Jorge, salve Jorge
- © ArlequimBRMCA0200092
Ficha Técnica da Faixa: 
Baixo: Dádi - Bateria: Gustavo Schroeter -
Percussão: Joãozinho - Percussão - Piano: João Vandaluz - Voz e violão: Jorge Ben Jor

Faxina nos mitos

Faxina nos mitos


"Boa parte de nossa infelicidade nasce do fato de vivermos rodeados por mitos.Deixamos que aflorem e construímos emcima deles a nossa desgraça"

Boa parte de nossa infelicidade ou aflição nasce do fato de vivermos rodeados (por vezes esmagados ou algemados) por mitos. Nem falo dos belos, grandiosos ou enigmáticos mitos da Antiguidade grega. Falo, sim, dos mitinhos bobos que inventou nosso inconsciente medroso, sempre beirando precipícios com olhos míopes e passo temeroso. Inventam-se os mitos, ou deixamos que aflorem, e construímos em cima deles a nossa desgraça.
Por exemplo, o mito da mãe-mártir. Primeiro engano: nem toda mulher nasce para ser mãe, e nem toda mãe é mártir. Muitas são algozes, aliás. Cuidado com a mãe sacrificial, a grande vítima, aquela que desnecessariamente deixa de comer ou come restos dos pratos dos filhos, ou, ainda, que acorda às 2 da manhã para fritar (cheia de rancor) um bife para o filho marmanjo que chega em casa vindo da farra. Cuidado com a mãe atarefada que nunca pára, sempre arrumando, dobrando roupas, escarafunchando armários e bolsos alheios sob o pretexto de limpar, a mãe que controla e persegue como se fosse cuidar, não importa a idade das crias. Essa mãe certamente há de cobrar com gestos, palavras, suspiros ou silêncios cada migalhinha de gentileza. Eu, que me sacrifiquei por você, agora sou abandonada, relegada, esquecida? E por aí vai...
Ou o mito do bom velhinho: nem todo velho é bom só por ser velho. Ao contrário, se não acumularmos bom humor, autocrítica, certa generosidade e cultivo de afetos vários, seremos velhos rabugentos que afastam família e amigos. Nem sempre o velho ou velha estão isolados porque os filhos não prestam ou a vida foi injusta. Muitas vezes se tornam tão ressequidos de alma, tão ralos de emoções, tão pobres de generosidade e alegria que espalham ao seu redor uma atmosfera gélida, a espantar os outros.
E o mito do homem fortão, obrigado a ser poderoso, competente, eterno provedor, quando esconde como todos nós um coração carente, uma solidão fria, a necessidade de companhia, de colo e de abraço – quando é, enfim, apenas um pobre mortal.
Falemos ainda no mito da esposa perfeita, aquela da qual alguns homens, enquanto pulam valentemente a cerca, dizem: "Minha mulher é uma santa". Sinto muito, mas nem todas são. Eu até diria que, mais vezes do que sonhamos, somos umas chatas. Sempre reclamando, cobrando, controlando, não querendo intimidades, ocupadas em limpar, cozinhar, comandar, irritar, na crença vã de que boa mulher é a que mantém a casa limpa e a roupa passada. Seria bem mais humano ter braços abertos, coração cálido, compreensão, interesse e ternura.
O mito de que a juventude é a glória demora a ruir, mas deveria. Pois jovem se deprime, se mata, adoece, sofre de perdas, angustia-se com o mercado de trabalho, as exigências familiares, a pressão social, as incertezas da própria idade. A juventude – esquecemos isso tantas vezes – é transformação por vezes difícil, com horizontes nublados e paulatina queda de ilusões. É fragilidade diante de modelos impossíveis que nos são apresentados clara ou subliminarmente o tempo todo.
Enfim, a lista seria longa, mas, se a gente começar a desmitificar algumas dessas imagens internalizadas, começaremos a ser mais sensatamente felizes. Ou, dizendo melhor: capazes de alegria com aquilo que temos e com o que podemos fazer numa vida produtiva, porque real.

Lya Luft é escritora

VEJA - Edição 1901 . 20 de abril de 2005
Ilustracao Atômica Studio

No paraíso da transgressão

No paraíso da transgressão
Lya Luft


"Vivemos feito bandos de ratos aflitos, recorrendo à droga, à bebida, ao delírio, à alienação e à indiferença, para aguentar uma realidade cada dia mais confusa"


A gente se acostuma a criticar os jovens por eles serem pouco educados, os homens por serem arrogantes, as mulheres por serem chatas, os governos por serem omissos ou incompetentes, quando não mal-intencionados. Políticos sendo acusados de corrupção é tão trivial que as exceções se vão tornando ícones, ralas esperanças nossas. Onde estão os homens honrados, os cidadãos ilustres e respeitados, que buscam o bem da pátria e do povo, independentemente de cargos, poder e vantagens?
Transgredir no mau sentido é natural entre nós. Ladrões e assassinos, mesmo estupradores, recebem penas ridículas ou aguardam o julgamento em liberdade; se condenados, conseguem indultos absurdos ou saem em ocasiões como o Natal, e boa parte deles naturalmente não volta. Crianças continuarão a ser estupradas, inocentes mortos, velhinhos roubados, mulheres trancadas em suas casas, porque a justiça é cega, porque as leis são insensatas e, quando prestam, raramente se cumprem.
Nesta nossa terra, muitos cidadãos destacados, líderes, são conhecidos como canalhas e desonestos, mas, ainda que réus confessos ou comprovados, inevitavelmente se safam. Continuam recebendo polpudos dinheiros. Depois de algum tempo na sombra, feito eminências pardas, voltam a ocupar importantes cargos de onde nos comandam. Assassinos ao volante nem são presos. Se presos, são soltos para o famoso "aguardar o julgamento em liberdade". Centenas e centenas de vidas cortadas de maneira brutal e o assassino, a não ser que acossado pela culpa moral, se tiver moral, logo voltará ao seu dia-a-dia, numa boa. Se invadir a casa de meu vizinho, fizer seus empregados de reféns, der pauladas na sua mulher ou na sua velha mãe e escrever nas paredes com excremento humano frases ameaçadoras, imagino que eu vá para a cadeia. Os bandos de pseudoagricultores (a maioria não sabe lidar na terra) fazem tudo isso e muito mais, e nada lhes acontece: no seu caso, bizarramente, não se aplica a lei.
Se sobram muitas vagas nos exames vestibulares, em alguns casos simplesmente se fazem novas provas, provinhas mais fáceis. Leio (se me engano já me desculpo, nem tudo o que se lê é verdadeiro) que, como são poucos os aprovados nos exames da OAB, porque os estudantes saem despreparados demais das faculdades de direito que pululam pelo país, o exame se tornou mais simples: há que aprovar mais gente. Quantidade, não qualidade. Governantes, os bons e esforçados, viram objeto de ódio de adversários cujo interesse não é o bem da comunidade, estado ou país, mas o insulto, o desrespeito, a violência moral do pior nível. Aliás, nesses casos o nível não importa, o que importa é destruir.
Eis o paraíso dos transgressores: a lei é a da selva, a honradez foi para o brejo, a decência tem de ser procurada como fez há séculos um filósofo grego: ao lhe indagarem por que andava pela cidade com uma lanterna acesa em dia claro, declarou: "Procuro um homem honesto". O que devemos dizer nós? Temos pouca liderança positiva, raríssimo abrigo e norte, referências pífias, pobre conforto e estímulo zero, quase nenhuma orientação. A juventude é quem mais sofre, pois não sabe em que direção olhar, em que empreitadas empregar sua força e sua esperança, em quem acreditar nesse tumulto de idéias desencontradas. Vivemos feito bandos de ratos aflitos, recorrendo à droga, à bebida, ao delírio, à alienação e à indiferença, para aguentar uma realidade cada dia mais confusa: de um lado, os sensatos recomendando prudência e cautela; de outro, os irresponsáveis garantindo que não há nada de mais com a gigantesca crise atual, que não tem raízes financeiras, mas morais: a ganância, a mentira, a roubalheira, a omissão e a falta de vergonha. E a tudo isso, abafando nossa indignação, prestamos a homenagem do nosso desinteresse e fazemos a continência da nossa resignação. Meus pêsames, senhores. Espero que na hora de fechar a porta haja um homem honrado, para que se apague a luz de verdade, não com grandes palavras e reles mentiras.


Lya Luft é escritora

VEJA - Edição 2103 - 11 de março de 2009
Ilustração Atômica Studio

Pense e anote

Pense e anote

Se a cólera está alcançando você, reserve algum canto do cérebro em que você consiga pensar.

Qualquer raciocínio rápido lhe trará serenidade para reconhecer a inconveniência da irritação.

Se você pode refletir, perceberá de pronto, que ante a pessoa capaz de desequilibrar-lhe os sentimentos, a possibilidade de auxiliar com mais segurança, está do seu lado.

Se alguém lhe trouxe prejuízos, este alguém começou por lesar a si mesmo.

Se você sofre agressão, o ofensor realmente não sabe que débitos contraiu com isso, sem que haja necessidade de se lhe agravar a situação.

Azedume é ambiente para perturbação e enfermidade.

Raiva, em muitos casos, é ponto de apoio a processos obsessivos.

Intemperança mental é um espetáculo de fraqueza.A raiva diminuirá ou extinguirá os seus créditos de confiança.

Em qualquer ocorrência desagradável, pense e acalme-se porque a cólera não auxilia ninguém.

pelo Espírito André Luiz - Psicografia de Francisco Cândido Xavier

A Mentira

A Mentira

Primeiro de abril. Dia da mentira. Dia de fazer brincadeiras com colegas e amigos. Dia de passar trotes. Dia dos bobos.
Tantas denominações para um mesmo efeito. É o dia em que até mesmo pessoas ditas sérias se dão ao prazer de armar pequenas ciladas para expor ao ridículo os que dizem ser seus amigos.
O fato não é novo. Mas nem por isso deixa de ser desagradável. E para muitos, até constrangedor.
Já houve manchetes mentirosas nesse dia. Desmentidas no seguinte.
O que se pretende é dar boas risadas às custas dos outros. O que não nos damos conta, quando agimos desta forma leviana, é que podemos provocar problemas de saúde em alguém.
Quantas pessoas estão atravessando sérias dificuldades financeiras, lutando para pagar suas dívidas e são surpreendidas por um telefonema informando que seu cheque foi devolvido por falta de fundos.
Ou existe um título protestado em seu nome. Está no jornal, na lista dos protestos, diz o informante.
Outros são surpreendidos com a notícia de que devem comparecer a tal empresa para uma entrevista.
Esperançosos, os desempregados se dirigem para o local citado. Para descobrirem que perderam tempo e o dinheiro da passagem.
Não há nenhum emprego a vista. Por vezes, nem empresa. O endereço todo é falso.
Brincadeiras perigosas. Trotes que comprometem. Brinca­-se com sentimentos e situações de pessoas, muitas vezes, em desespero.
Já paramos para pensar alguma vez o que pode acarretar uma falsa notícia? Boa ou má?
E se a pessoa que a recebe sofrer de problemas cardíacos e vier a ter uma dificuldade maior?
Quantos sustos em telefonemas a cobrar, em que quem recebe fica com o coração aos saltos, pois naqueles breves segundos da mensagem gravada que antecede a identificação, mil pensamentos passam pela mente.
Quem será? O irmão viajando? Terá se acidentado? A mãe doente? Terá piorado seu estado de saúde?
A filha que já deveria ter chegado? Que terá acontecido?
Desgastes e mais desgastes. Por nada. Tudo brincadeira. Coisa de quem não tem nada mais sério para fazer. Nem mais importante.
Somos responsáveis por tudo que nos outros provocamos.
Não se brinca com sentimentos, apreensões, ansiedades. O envolvido pode não resistir ou lhe podemos provocar séria lesão física ou moral.
Ocupemos o nosso tempo com tudo que é construtivo. Com o que possa diminuir problemas para os outros.
Preocupemo-nos pelo bem estar do nosso amigo, colega, irmão. Não lhe aumentemos a carga de dificuldades, já por si tão pesada.
Usemos a nossa palavra para divulgar as coisas boas, alegres, que orientam e felicitam.
Usemos o telefone com responsabilidade. É instrumento de auxílio, trabalho, jamais de brincadeiras tolas ou levianas.
Bilhetes, cartas e cartões que geram expectativas que jamais se concretizarão, não deverão ser por nós escritos.
A palavra impressa deve ser conduzida para as boas coisas. Nunca a divulgação da mentira ou do trote.
Não busquemos alegrias passageiras, risadas bobas em troca da paz, da tranqüilidade e da harmonia de outras pessoas, mesmo que sejam aquelas da nossa mesma idade, do mesmo rol de interesses.
Há tantas formas sadias de promover alegria, sem se servir de tolices, trotes e brincadeiras de mau gosto.

Você sabia?
...que foi na véspera do dia 1º de abril de 1848 que os fenômenos mediúnicos, em uma pequena vila do Estado de Nova York, se apresentaram de tal forma que chamaram a atenção do Mundo?
Eram arranhaduras no interior da madeira, pancadas através das quais um Espírito respondia às questões de duas meninas: Kate e Margareth.
O vilarejo chamava-se Hydesville, no Condado de Rochester.
E você sabia que as meninas pertenciam a uma família de sobrenome Fox?
E que na noite/madrugada em que os fenômenos atingiram o auge, vizinhos e curiosos a eles assistiram?
No dia 1º de abril foram em torno de 350 as pessoas presentes.

PensamentoPalavra é talento. Utiliza a tua palavra para produzir alegria, tranqüilidade e paz.
A palavra nobre sustenta para sempre.


Equipe de Redação do Momento Espírita.
www.momento.com.br
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