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Teus Problemas

Teus Problemas

Realmente o problema que te aflige parece insolúvel.
Disseram amigos "todos os recursos foram esgotados".
Outros repetiram: "Não tente o impossível".
Entretanto ora e age, serve e confia.
O pessimismo nunca dispõe da última palavra.
Espere por Deus e conserva a certeza de que Deus faz sempre o melhor."

Emmanuel
Psicografia Francisco C. Xavier

Sorria Hoje!

Sorria hoje!Aluney Elferr Albuquerque Silva

Muito se diz por aí, que ser feliz está sendo cada vez mais difícil. Encontramos diversas pessoas que dizem quando escutam, por exemplo, uma boa piada, “ah, eu nunca mais tinha sorrido assim”. Outras tantas exclamam: “com tudo o que acontece no mundo, sorrir é um caso muito sério”.
Para essas colocações, temos observações, que gostaríamos de expor, antes de falar em nosso assunto central, mas não temos a pretensão de induzir ninguém a pensar como pensamos, primeiro gostaríamos de mostrar que existe um outro lado e que muitas vezes nosso ponto de vista esta muito limitado.
Você já viu alguma casa bonita? – mas aquelas que você gostaria de viver? – aquela que possui o jardim ideal, a varanda ventilada, a sua cor preferida, já viu? – acredito que sim, então imagine-se morando nela e tendo que fazer uma reforma geral em toda a sua estrutura! Jardim, varanda, pintura, quartos e tudo mais. Então vamos começar a reforma, e como ela vai ficar durante a reforma? Bonita ou feia?
O que nos leva a entender que as coisas quando passam por reformas, ficam temporariamente sem sua beleza natural, ou pelo menos empalidece, para se tornar no amanhã algo ainda mais belo e melhor.
As construções do homem por serem, na grande maioria, egoísta e orgulhosa, tendem a obscurecer as belezas naturais, então de tempos em tempos as grandes reformas terrenas acontecem para equilibrar e rearmonizar o que estava desgastado e desarmonizado, para assim colhermos o que refletirmos em nossos atos tresloucados.
Mas, temas como esses não nos devem “murchar” as esperanças, pois, acreditar em nós mesmos é um desafio, um dever, que nos fará mais felizes.
Fazer mossa parte, mediante todas essas catástrofes é necessário, continuar vivendo e vivendo com qualidade.
Muitos dizem, que a paz deve começar efetivamente acontecer, mas pouco se preocupam em começá-la em si mesmos. Não há como cobrarmos as ocorrências externas se não as concretizarmos dentro de nós mesmos. Viver um dia feliz, nos pertence, sorrir para alegrar nossa vida e deixar fluir de nós força suficiente para empolgar os outros, é nosso dever.
Então, vamos olhar sob um novo prisma, os acontecimentos e ver que somos importantes, pois, temos condições de melhorar ou piorar os fatos, e só por isso, já temos certo “poder”.
Vamos começar um dia na luz da oração, e percebamos o dia como sendo mais uma oportunidade de ser feliz. O tudo sem Deus, é nada! O nada com Deus, é tudo!
Somos criaturas, criadas por Deus, criaturas especiais, feitas do Amor, para a felicidade.
Se te maculam a imagem com zombarias, o exemplo bem aplicado apaga mil conjecturações.
E te machucam com palavras duras, a tua ferida se cobrirá de balsamo, somente quando o perdão vier.
Se reclamam te contributo, auxilia mais.
Somente você tem a permissão de se deixar infelicitar pelas asperezas dos outros.
Levante a cabeça, sorria, hoje, faça a sua parte e siga adiante.
Sorrir, hoje, um ensaio para sorrir sempre.

http://www.espirito.org.br/portal/artigos/elferr/sorria-hoje.html

Sucesso e Sucesso

Sucesso e Sucesso

Os seres humanos, de modo geral, estão sempre muito preocupados em alcançar o sucesso.
O mundo convencionou que sucesso é o triunfo nos negócios, nas profissões, nas posições sociais, com destaque da personalidade, aplausos e honrarias.
Causam impacto as pessoas que desfilam no carro do poder.
Despertam inveja a juventude elegante, a beleza física, os jogos do prazer imediato.
Produzem emoções fortes as conquistas dos lugares de relevo e projeção na política, na sociedade.
Inspiram mágoas aqueles que parecem triunfar na glória e êxito terrestres...
Esse sucesso, porém, é de efêmera duração.
Todos passam pelo rio do tempo e transformam-se.
Risos se convertem em lágrimas...
Primazias cedem lugar ao abandono...
Bajulações são substituídas pelo desprezo...
Beleza e juventude são alteradas pelos sinais da dor, do desgaste e do envelhecimento.
O indivíduo que luta pela projeção exterior, sofre solidão, vazio, frustrações e tédio. Aquele tido pela sociedade como uma pessoa de sucesso não é, necessariamente, uma pessoa feliz.
Todavia, muitos perseguem esse sucesso com sofreguidão, e para mantê-lo desgastam-se emocionalmente, inspiram ódios, guerras surdas ou declaradas, acumulam desgostos.
Entretanto, há outro sucesso efetivo e duradouro que os homens têm esquecido: é a vitória sobre si mesmo e sobre as paixões primitivas.
Dessa conquista ninguém toma conhecimento. Mas a pessoa que a busca, sente-se vencedora por dominar-se a si mesma, alterando o temperamento, as emoções degradantes, e sente a paz disso decorrente.
O indivíduo que experimenta o sucesso interno torna-se gentil, afável, irradiando bondade, e conquista em profundidade, aqueles que dele se acercam.
Quando, no entanto, é externo esse triunfo, a pessoa torna-se ruidosa, impondo preocupação para manter o status, chamar a atenção, atrair os refletores da fama.
O sucesso sobre si mesmo acentua a harmonia e aumenta a alegria do ser, que se candidata a contribuir em favor do grupo social mais equilibrado e feliz, levando o indivíduo a doar-se.
O sucesso de Júlio César, conquistador do mundo, entrando em Roma em carro dourado e sob aplausos da multidão, não o isentou do punhal de Brutus nas escadarias do senado.
O sucesso de Nero, suas conquistas e vilezas, não o impediram da morte infamante a que se entregou desesperado.
O sucesso de Hitler, em batalhas cruéis nos campos da Europa e da África, não alterou a sua covardia moral, que o conduziu ao suicídio vergonhoso.
O sucesso, porém, de Gandhi, fê-lo enfrentar a morte proferindo o nome de Deus.
O sucesso de Pasteur auxiliou-o a aceitar a tuberculose com serenidade.
O sucesso dos mártires, dos cientistas e pensadores, dos artistas e cidadãos que amaram, ofereceu-lhes resistência para suportarem as afrontas e crueldades com espírito de abnegação, de coragem e de fé.
Sem que nos alienemos do mundo, ou abandonemos a luta do convívio social, busquemos o sucesso - a vida correta, os valores de manutenção do lar e da família, o brilho da inteligência, da arte e do amor - e descobriremos que, nesse afã, teremos tempo e motivo para o outro sucesso, o de natureza interior.

Autor: Equipe do site www.momento.com.br, com base no cap. "Sucesso e Sucesso", do livro Desperte e Seja Feliz.

Amigos são estradas

Amigos são estradas
Certos amigos são indispensáveis, simples como aquela estradinha de terra no interior, onde do alto da colina podemos avistá-la inteirinha, sabemos onde podemos ir e onde podemos chegar, são transparentes e confiáveis.

Outros, acabaram de chegar, como estradas que só conhecemos pelo Guia, e vamos nos aventurando sem saber muito bem seus limites, é um caminho desconhecido, mas que sempre vale a pena trilhar.

Tem amigos que lembram aquelas estradas vicinais, que pouco usamos, pouco vemos, mas sabemos que quando precisarmos, ela estará lá, poderemos passar e cortar caminho, mesmo distante, estão sempre em nossa memória.

Por certo, também existem amigos que infelizmente, lembram aquelas estradas maravilhosas, com pistas largas e asfalto sempre novo, mas que enganam o motorista, pois são cheias de curvas perigosas, e quando você menos espera... é traído pela confiança excessiva.

E existem amigos que são como aquelas estradas que desapareceram, não existem mais, mas que sempre ligam a nossa emoção até a saudade, saudade de uma paisagem, um pedaço daquela estrada, que deixou marcas profundas em nosso coração. Foram, mas ficaram impregnados em nossa alma.

E na viagem da vida, que pode ser longa ou curta amigos são mais do que estradas, são placas que indicam a direção, e naqueles momentos em que mais precisamos, por vezes são o nosso próprio chão.

Paulo Gafke
www.meuanjo.com.br

Quase acreditei...

Quase acreditei...

Quase acreditei que não era nada, ao me tratarem como nada.
Quase acreditei que não seria capaz, quando não me chamavam por acharem que eu não era capaz.
Quase acreditei que não me perguntavam, por acharem que eu não sabia.
Quase acreditei ser diferente entre tantos iguais, entre tantos capazes e sabidos, entre tantos que eram chamados e escolhidos.
Quase acreditei estar de fora, quando me deixavam de fora porque... que falta eu fazia?
E de quase acreditar adoeci; Busquei ajuda de doutores, mestres, magos e querubins. Procurei a cura em toda a parte e ela estava tão perto de mim.
Me ensinaram a olhar para dentro de mim mesmo e perceber que sou exatamente como os iguais que me faziam diferente. E passei a acreditar profundamente em mim.
E tenho como dúvida com a vida tentar fazer com que cada ser humano se perceba, se ame, se orgulhe de si mesmo, como verdadeira fonte de riqueza.
Foi assim que cresci acreditando que sou exatamente do tamanho de todo ser humano. E por acreditar, perdi o medo de dizer, falar, participar, e até mesmo de cometer enganos.
E se errar? Paciência, continuo vivendo e por isso aprendendo.
Essas palavras são dedicadas a todos aqueles que não têm medo de errar, porque só erra quem tenta, só tenta quem busca, só busca quem quer crescer.
É uma pena que algumas pessoas percam tanto tempo apontando erros alheios e com isso não tentam, não buscam, não crescem.
Ficam sempre do mesmo tamanho e no mesmo lugar!
Vale a pena acreditar nisso...

Autor da mensagem: Desconhecido

Chaplin

Isso se chama...
Charles Chaplin

Cumprimente as pessoas.
Isso se chama AMIZADE!

Deseje a cada um o melhor.
Isso se chama SINCERIDADE!

Programe o seu dia, a sua semana.
Isso se chama AÇÃO!

Acredite que tudo dará certo.
Isso se chama FÉ!

Faça tudo com alegria.
Isso se chama ENTUSIASMO!

Dê o melhor de si.
Isso se chama PERFEIÇÃO!

Ajude a quem precisa.
Isso se chama DOAÇÃO!

Compreenda que nem todos são como você.
Isso se chama TOLERÂNCIA!

Receba as bênçãos com gratidão.
Isso se chama HUMILDADE!

Agindo assim você verá que seu dia será bem melhor!

Filtro Solar

Filtro solar
Mary Schmich

Se eu pudesse dar a vocês uma única dica para o futuro, diria: "Usem filtro solar".
Os benefícios, a longo prazo, do uso do filtro solar foram cientificamente provados.
Os demais conselhos que dou baseiam-se unicamente em minha própria experiência de vida.
Eis aqui um conselho: desfrute do poder e da beleza de sua juventude.
Oh, esqueça!
Você só vai compreender o poder e a beleza de sua juventude quando já tiverem desaparecido.
Mas acredite em mim: dentro de vinte anos, você olhará suas fotos e compreenderá, de um jeito que não pode compreender agora, quantas oportunidades se abriram e quão fabuloso(a) você realmente era.
Você não é tão gordo quanto você imagina. Não se preocupe com o futuro; ou se preocupe, se quiser, mas saiba que se preocupar é tão eficaz quanto tentar resolver uma equação de álgebra simplesmente mascando chiclete. Os problemas que realmente têm importância em sua vida são aqueles que nunca passaram por sua cabeça, como aqueles que tomam conta de você quando você não tem nada para fazer.
Cante.
Não trate os sentimentos alheios de forma irresponsável, e não tolere aqueles que ajam de forma irresponsável com os seus sentimentos.
Relaxe.
Não perca tempo com a inveja.
Algumas vezes você ganha, algumas vezes você perde.
A corrida é longa e, no final, você conta apenas consigo mesmo(a).
Lembre-se dos elogios que recebe, esqueça os insultos(se conseguir fazer isso, diga-me como). Guarde suas cartas de amor.
Jogue fora seus velhos extratos bancários.
Alongue-se.
Não se sinta culpado senão souber muito bem o que quer ser ou fazer da vida.
As pessoas mais interessantes que eu conheço não tinham idéia, aos 22 anos, do que iam fazer na vida; outras, não menos interessantes, mesmo com 40 anos ainda não sabem.
Tome bastante cálcio.
Seja gentil com seus joelhos, você sentirá falta deles quando não funcionarem mais.
Talvez você se case, talvez não.
Talvez tenha filhos, talvez não.
Talvez se divorcie aos 40, talvez dance uma valsinha quando fizer 75 anos de casamento.
O que quer que faça, não se orgulhe e nem se critique demais.
Todas as suas escolhas têm 50% de chance de dar certo, assim como as escolhas de todos os demais.
Curta seu corpo e use-o de todas as maneiras que puder.
Não tenha medo dele ou do que as outras pessoas pensam dele.
Seu corpo é o melhor instrumento que você possui.
Dance.
Mesmo que o único lugar que você tenha para fazer isso seja sua sala de estar.
Leia todas as instruções, mesmo que não as siga.
Não leia revistas de beleza, elas apenas farão você se sentir feio(a).
Saiba entender seus pais.Você nunca saberá quando eles deixarão de viver.
Seja amável com seus irmãos. Eles são o seu melhor vínculo com o passadoe são aqueles que, muito provavelmente, no futuro, nunca te deixarão na mão.
Entenda que os amigos vem e vão, mas que há uns poucos, preciosos, que você deve guardar com carinho.
Trabalhe duro para superar distâncias e estilos de vida, pois à medida que você envelhece, mais precisa das pessoas que conheceu na juventude. More um tempo em São Paulo, mas mude-se antes que a cidade transforme você em uma pessoa indiferente.
More um tempo no nordeste, mas mude-se antes de tornar-se uma pessoa mole demais.
Viaje.
Aceite certas verdades eternas: os preços sempre vão subir, os políticos são mulherengos, e você também vai envelhecer. E,quando você envelhecer, vai fantasiar que, quando você era jovem, os preços eram aceitáveis, os políticos tinham almas nobres e as crianças respeitavam os mais velhos.
Respeite os mais velhos.
Não espere apoio de ninguém.
Talvez você tenha um investimento seguro, talvez tenha um cônjuge rico.
Mas você nunca sabe quando um ou outro pode te deixar na mão.
Não mexa muito com seu cabelo, ou quando você tiver 40 anos, terá a aparência de 85.
Tenha cuidado com as pessoas que te dão conselhos, mas seja paciente com elas.
Um conselho é uma forma de nostalgia: dar conselhos é uma forma de resgatar o passado da lata de lixo, limpá-lo, esconder as partes feias, reciclá-lo e vendê-lo por um preço maior do que realmente vale.
Mas acredite em mim quando me refiro ao filtro solar.

Vídeo com o texto e música: http://boi.geness.ufsc.br/videos/dm9ddb.wmv

Título original: Wear Sunscreen
O original é em inglês, a autora é Mary Schmich, do Chicago Tribune. Foi gravado por Baz Lurhman. Correu a internet, por obra de um apocrifador americano, como se fosse um discurso de Kurt Vonnegut a uma classe de formandos do MIT.
Baz Lurhman leu, compôs uma música especialmente pra ser tocada no fundo desse texto.Só que ele queria falar com Kurt Vonnegut pra pedir autorização pra usar o texto, dividir os direitos autorais... e acabou descobrindo de quem era.
Mary Schmich é cronista no Chicago Tribune e tinha publicado como crônica. Ela conta que foi assim: estava pensando em fazer a crônica daquela semana como se fosse dirigida a uma classe de formandos, uma classe imaginária. Aí viu uma moça tomando sol... e pensou que quando tinha a idade dela, não usava filtro solar, e deveria ter usado.
Foi assim que nasceu aquele texto cheio de conselhos.
Segundo a autora, "dentro de cada adulto mora um paraninfo em potencial, louco pra fazer um discurso".

A Alma dos Diferentes

A Alma dos Diferentes
Artur da Távola

"... Ah, o diferente, esse ser especial!
Diferente não é quem pretenda ser.
Esse é um imitador do que ainda não foi imitado, nunca um ser diferente.
Diferente é quem foi dotado de alguns mais e de alguns menos em hora, momento e lugar errados para os outros.
Que riem de inveja de não serem assim.
E de medo de não agüentar, caso um dia venham, a ser.
O diferente é um ser sempre mais próximo da perfeição.
O diferente nunca é um chato.
Mas é sempre confundido por pessoas menos sensíveis e avisadas.
Supondo encontrar um chato onde está um diferente, talentos são rechaçados; vitórias, adiadas; esperanças, mortas.Um diferente medroso, este sim, acaba transformando-se num chato.
Chato é um diferente que não vingou.
Os diferentes muito inteligentes percebem porque os outros não os entendem.
Os diferentes raivosos acabam tendo razão sozinhos, contra o mundo inteiro.
Diferente que se preza entende o porque de quem o agride.
Se o diferente se mediocrizar, mergulhará no complexo de inferioridade.
O diferente paga sempre o preço de estar - mesmo sem querer - alterando algo, ameaçando rebanhos, carneiros e pastores.
O diferente suporta e digere a ira do irremediavelmente igual: a inveja do comum; o ódio do mediano.
O verdadeiro diferente sabe que nunca tem razão, mas que está sempre certo.
O diferente começa a sofrer cedo, já no primário, onde os demais de mãos dadas, e até mesmo alguns adultos por omissão, se unem para transformar o que é peculiaridade e potencial em aleijão e caricatura.O que é percepção aguçada em: "Puxa, fulano, como você é complicado".
O que é o embrião de um estilo próprio em: "Você não está vendo como todo mundo faz?
"O diferente carrega desde cedo apelidos e marcações os quais acaba incorporando.
Só os diferentes mais fortes do que o mundo se transformaram (e se transformam) nos seus grandes modificadores.
Diferente é o que vê mais longe do que o consenso.
O que sente antes mesmo dos demais começarem a perceber.
Diferente é o que se emociona enquanto todos em torno agridem e gargalham.
É o que engorda mais um pouco; chora onde outros xingam; estuda onde outros burram.
Quer onde outros cansam.
Espera de onde já não vem.
Sonha entre realistas.
Concretiza entre sonhadores.
Fala de leite em reunião de bêbados.
Cria onde o hábito rotiniza.
Sofre onde os outros ganham.
Diferente é o que fica doendo onde a alegria impera.
Aceita empregos que ninguém supõe.
Perde horas em coisas que só ele sabe ser importantes.
Engorda onde não deve.
Diz sempre na hora de calar.
Cala nas horas erradas.
Não desiste de lutar pela harmonia.
Fala de amor no meio da guerra.
Deixa o adversário fazer o gol, porque gosta mais de jogar do que de ganhar.
Ele aprendeu a superar riso, deboche, escárnio, e consciência dolorosa de que a média é má porque é igual.
Os diferentes aí estão: enfermos, paralíticos, machucados, engordados, magros demais, inteligentes em excesso, bons demais para aquele cargo, excepcionais, narigudos, barrigudos, joelhudos, de pé grande, de roupas erradas, cheios de espinhas, de mumunha, de malícia ou de baba.
Aí estão, doendo e doendo, mas procurando ser, conseguindo ser, sendo muito mais.
A alma dos diferentes é feita de uma luz além.
Sua estrela tem moradas deslumbrantes que eles guardam para os pouco capazes de os sentir e entender.
Nessas moradas estão tesouros da ternura humana.
De que só os diferentes são capazes.
Não mexa com o amor de um diferente.
A menos que você seja suficientemente forte para suportá-lo depois".

Desejo que desejes

Desejo que desejes

Eu desejo que desejes ser feliz de um modo possível e rápido, desejo que desejes uma via expressa rumo a realizações não utópicas, mas viáveis, que desejes coisas simples como um suco gelado depois de correr ou um abraço ao chegar em casa, desejo que desejes com discernimento e com alvos bem mirados.
Mas desejo também que desejes com audácia, que desejes uns sonhos descabidos e que ao sabê-los impossíveis não os leve em grande consideração, mas os mantenha acesos, livres de frustração, desejes com fantasia e atrevimento, estando alerta para as casualidades e os milagres, para o imponderável da vida, onde os desejos secretos são atendidos.
Desejo que desejes trabalhar melhor, que desejes amar com menos amarras, que desejes parar de fumar, que desejes viajar para bem longe e desejes voltar para teu canto, desejo que desejes crescer e que desejes o choro e o silêncio, através deles somos puxados pra dentro, eu desejo que desejes ter a coragem de se enxergar mais nitidamente.
Mas desejo também que desejes uma alegria incontida, que desejes mais amigos, e nem precisam ser melhores amigos, basta que sejam bons parceiros de esporte e de mesas de bar, que desejes o bar tanto quanto a igreja, mas que o desejo pelo encontro seja sincero, que desejes escutar as histórias dos outros, que desejes acreditar nelas e desacreditar também, faz parte este ir-e-vir de certezas e incertezas, que desejes não ter tantos desejos concretos, que o desejo maior seja a convivência pacífica com outros que desejam outras coisas.
Desejo que desejes alguma mudança, uma mudança que seja necessária e que ela não te pese na alma, mudanças são temidas, mas não há outro combustível para essa travessia.
Desejo que desejes um ano inteiro de muitos meses bem fechados, que nada fique por fazer, e desejo, principalmente, que desejes desejar, que te permitas desejar, pois o desejo é vigoroso e gratuito, o desejo é inocente, não reprima teus pedidos ocultos, desejo que desejes vitórias, romances, diagnósticos favoráveis, mais dinheiro e sentimentos vários, mas desejo, antes de tudo, que desejes, simplesmente.

Martha Medeiros in "Montanha Russa" coletânea de crônicas da autora.

O Poder do Afeto

O Poder do Afeto

A falta de tato para resolver conflitos e tratar de assuntos com pessoas que têm idéias opostas, tem sido responsável por muitos desentendimentos e dissabores nos relacionamentos.
Por vezes, um problema que poderia ser facilmente resolvido, cria sérios rompimentos por causa da falta de jeito dos antagonistas.
O afeto, usado com sabedoria é uma ferramenta poderosa, mas pouco usada pela maioria dos indivíduos.
O mais comum tem sido a violência, a agressividade, a intolerância.
Existem pessoas que não gostam de mostrar sua intimidade e se escondem sob um véu de sisudez, com ares de poucos amigos, na tentativa de evitar aproximações que deixem expostas suas fragilidades.
São como os caramujos, os tatus, as tartarugas e outros semelhantes.
Ao se sentirem ameaçados, escondem-se em suas carapaças naturais, e não deixam à mostra nenhuma de suas partes vulneráveis.
A propósito, você já tentou alguma vez retirar, à força, de seu esconderijo, um desses animaizinhos?
Seria uma tentativa fracassada, a menos que você não se importe em dilacerar o corpo do seu oponente.
No caso da tartaruga, por exemplo, quanto mais você tentar, com violência, retirála do casco, mais ela irá se encolher para sobreviver.
Mas, se você a colocar num lugar aconchegante, caloroso, que inspire confiança, ela sairá naturalmente. Assim também acontece com os seres humanos. Se em vez da força se usar o afeto, o aconchego, a ternura, a pessoa naturalmente de desarma e se deixa envolver.
Às vezes a pessoa chega prevenida contra tudo e contra todos e se desarma ao simples contato com um sorriso franco ou um abraço afetuoso.
Mas, se ao invés disso encontra pessoas também predispostas à agressão, ao conflito, as coisas ficam ainda piores.
Como a convivência com outros indivíduos é uma realidade da qual não podemos fugir, precisamos aprender a lidar uns com os outros com sabedoria e sem desgastes.
A força nunca foi e nunca será a melhor alternativa, além de causar sérios prejuízos à vida de relação.
Portanto, criar relacionamentos harmônicos é uma arte que precisa ser cultivada e levada a sério. Mas para isso é preciso que pelo menos uma das partes o queira e o faça.
E se uma das partes quiser, por mais que a outra esteja revestida de uma proteção semelhante à de um porco-espinho, ninguém sairá ferido e o relacionamento terá êxito.
Basta lembrar dessa regra bem simples, mas eficaz: em vez da força, o afeto. E tudo se resolve sem desgastes.
............... ............... ............... ............... ............... ...............

De tudo o que fazemos na vida ficam apenas algumas lições:
A certeza de que estamos todos em processo de aprendizagem...
A convicção de que precisamos uns dos outros...
A certeza de que não podemos deter o passo...
A confiança no poder de renovação do ser humano.
Portanto, devemos aproveitar as adversidades para cultivar virtudes.
Fazer dos tropeços um passo de dança.
Do medo um desafio.
Dos opositores, amigos.
E retirar, de todas as circunstâncias, lições para ser feliz.

Texto da Equipe de Redação do site www.momento.com.br.

Vivemos julgando as pessoas

Vivemos julgando as pessoas
(Texto de Letícia Thompson)

Como expectadores da vida alheia, julgamos diariamente os gestos e atitudes do nosso próximo.
Quem diz que nunca julga, não é honesto consigo mesmo.
Quando fazemos um comentário, qualquer que seja, estamos julgando.
Cada vez que exprimimos uma opinião pessoal sobre alguma coisa, fato ou alguém, estabelecemos um julgamento, justo ou injusto.
E quando somos nós o centro da platéia, pedimos clemência, tolerância, imploramos interiormente para que se coloquem no nosso lugar e tentem entender nossas ações ou reações. Colocar-se no lugar do outro para entendê-lo, seria entrar no seu coração e alma, sentir suas emoções, vestir sua pele. Impossível...
Cada um de nós é único e mesmo aquelas pessoas que mais amamos não nos transferem suas dores tais e quais. Sentimos sim, quando sofrem, mas por nós, porque nossa própria alma se entristece.
Deveríamos, todos, possuir um espelho da alma, para que pudéssemos nos olhar interiormente antes de julgarmos outras pessoas. Sentiríamos, provavelmente, vergonha dos nossos pensamentos.
Porque nosso próximo é tão exposto às imperfeições, falhas, pecados, más ou boas decisões, quanto nós.
Se houvesse uma câmera capaz de revelar aos outros nossos pensamentos diários, iríamos estar sempre fugindo dela...
Por quê? Porque ante a possibilidade de que seja revelado nosso eu, seríamos muito mais honestos conosco. Isso nos tornaria, talvez, mais tolerantes e mais humildes.
Quando alguém sofre porque está atravessando por um caminho pedregoso, dói nessa pessoa não somente a passagem por esse caminho, mas também o olhar dos outros, que condenam sem piedade, as línguas ferem mais profundamente que facas e punhais.
As pessoas se esquecem facilmente que tiveram um passado que, mesmo se correto, nunca foi um lago de água transparente, porque puras, só as criancinhas...
E ninguém pode dizer o que virá amanhã, se houver amanhã.
Ninguém está ao abrigo das chuvas repentinas da vida, das torrentes que podem levar tudo, dos males que podem atingir o corpo e, às vezes, a mente. Apenas um minuto e tudo pode se transformar.
Então... Melhor exercer a tolerância, a bondade, a compaixão, antes de julgarmos se outros estão certos ou errados, se têm ou não razão.
E quando a tentação for grande de olhar o que se passa com outros, bom mesmo é se lembrar do espelho que deveria retratar nossa imagem interior que pediria, certamente, compreensão.
E como não sabemos o que o amanhã nos reserva, vivamos o dia de hoje com sabedoria, coração amoroso para com o próximo e olhar voltado para o alto.

Clarice Lispector

Olhe ao Redor

Olhe para todos a seu redor e veja o que temos feito de nós.
Não temos amado, acima de todas as coisas.
Não temos aceito o que não entendemos porque não queremos passar por tolos.
Temos amontoado coisas, coisas e coisas, mas não temos um ao outro.
Não temos nenhuma alegria que já não esteja catalogada.
Temos construído catedrais, e ficado do lado de fora, pois as catedrais que nós mesmos construímos, tememos que sejam armadilhas.
Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos.
Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo.
Temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda.
Temos procurado nos salvar, mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes.
Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer sua contextura de ódio, de ciúme e de tantos outros contraditórios.
Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar nossa vida possível.
Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa.
Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada.
Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos o que realmente importa.
Falar no que realmente importa é considerado uma gafe.
Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses.
Não temos sido puros e ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer "pelo menos não fui tolo" e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz.
Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos.
Temos chamado de fraqueza a nossa candura.
Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo.
E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia.


Clarice Lispector
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