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Oração de um Peregrino Exausto



Senhor,
Eu ando cansado da vida.
Cansado de mim. Cansado dos outros.
Não sei... às vezes com raiva de tudo e de todos.

Por que isso, Senhor, se a gente quer amar os outros?

É que ando exausto, esgotado, e as minhas coisas me irritam.

Senhor,
De repente me dá vontade de largar tudo:
meu ideal, meu amor, meus compromissos...
Largar e fugir da vida,
Ah, Sim! Se eu pudesse fugir!
Fugir dessa fossa que vivo.
Fugir dessa angústia que oprime,
dessa incerteza que fere,
dessa canseira que dói no corpo todo.
Contudo, sei que é preciso viver.
Que é preciso continuar lutando,
que é preciso caminhar e dizer o SIM.

Mas como Senhor?
Se as forças me faltam? Se ninguém me compreende? Se estou só?
Você não sabe, Senhor, que vontade não falta.
Sabe que eu quero viver o amor,
Mas sou pobre demais. Fraco demais.

Não some,
Senhor, as vezes que eu caí.
Lembre das vezes que me ergui da queda,
com o coração em pranto pelo meu fracasso,
mas disposto a melhorar.

PRECISO DE FORÇAS SENHOR!
PRECISO DE CORAGEM!
Sou um peregrino exausto
que sabe que a vida continua, que o amor existe,
e que é preciso andar.

Senhor,
eu conto com você em minha jornada.
Psicografia de Chico Xavier

Vida

Vida
É o amor existencial.


RazãoÉ o amor que pondera.

Estudo
É o amor que analisa.


Ciência
É o amor que investiga.

Filosofia
É o amor que pensa.

Religião
É o amor que busca a Deus.

Verdade
É o amor que eterniza.


Ideal
É o amor que se eleva.



É o amor que transcende.


Esperança
É o amor que sonha.


Caridade
É o amor que auxilia.


Fraternidade
É o amor que se expande.

Sacrifício
É o amor que se esforça.


Renúncia
É o amor que depura.

Simpatia
É o amor que sorri.

Trabalho
É o amor que constrói.

Indiferença
É o amor que se esconde.

Desespero
É o amor que se desgoverna.


Paixão
É o amor que se desequilibra.

Ciúme
É o amor que se desvaira.


Orgulho
É o amor que enlouquece.


Sensualismo
É o amor que se envenena.

Finalmente, o ódio,
que julgas ser a antítese do amor,
não é senão o próprio amor que adoeceu gravemente.

Frases e Pensamentos
Francisco Cândido Xavier

(Chico Xavier)

Noturno Desalento

Noturno Desalento

São nessas madrugadas, que minha mente teima pensar além do que minha cabeça pode agüentar. São nessas horas em que o cansaço teima além do que a carne pode resistir.
Em meio aos ventos, corre um abandono a assolar um coração,
Então tudo tende a se misturar.
Nas horas escuras o mais certos dos futuros me parece incerto, quase desacreditado...
Eis que já estamos à um fio da desistência nessa noite,
Mas amanhã junto à aurora, nasce um novo esperar.
Ao meu lado solidão e vontades,
Mesmo em meio à novidades, ainda persiste a cegueira...
Será que algo conspira por trás de tal noturno desalento?
A resposta não sei...
Algo que as vezes, no correr do dia, deixo passar.
Aquele vazio que mora na surdina, mas dói nas horas vagas.
Meu vazio mede-se na distância,
Aumenta com o passar dos dias,
Encontra-se profundo e silencioso,
As vezes esquece-se em sonhos perfeitos...
Mas diminui com um único remédio,
O qual se encontra no brilho de um poderoso sorriso.

Felipe mac Lugh

Quem Sabe Somar Sabe Dividir

Quem Sabe Somar Sabe Dividir

Somar é a primeira operação matemática que se aprende, a que temos mais facilidade e que gostamos mais.
Primeiro agente gosta de somar várias vezes palitos e giz, depois brinquedos e roupas da moda, depois somar dinheiro, depois somar carros e casas, e sempre somar alegria e felicidade. Isto já é multiplicação, que também é fácil de aprender, é só somar várias vezes a mesma coisa.
A Segunda operação que aprendemos é a subtração. Aí começa a ficar estranho. Principalmente quando tem que pedir emprestado na casa do vizinho, digo, casa decimal ao lado. Ninguém gosta mais de diminuir do que somar.
Quando chega na divisão é quase um desespero, ainda mais quando sobra um resto. É que ninguém entende aonde ou pra quem vai ficar o resto. Até no cotidiano ninguém gosta de dividir nada. A dificuldade no aprendizado não parece à toa, o homem rejeita essa prática.
Quando o homem aprender a dividir corretamente e saber onde deve ficar o resto, entenderá que é o mesmo que somar para alguns, mantendo a quantidade de outros, sem necessariamente subtrair de alguém, ou seja, é o mesmo que somar igual para todos; entenderá também que somando os restos teremos mais um inteiro divisível, fazendo outros felizes. O resultado final também é uma soma, a soma da felicidade geral.
Poderíamos até chamar esta operação de soma distribuída.
Com esta visão, com certeza a matemática daria mais resultados, talvez fosse dispensável aprender contas de dividir e os homens continuariam felizes a somar palitos, brinquedos, dinheiros, carros, casas e felicidade, porém não somente para si.
Quem sabe?

Odylanor Havlis

Ressentimento

Ressentimento


"Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra"
William Shakespeare

Sim, você recebeu um tratamento péssimo daquele cliente, daquela namorada, do professor, do seu marido, dos seus pais, dos seus filhos, dos vizinhos, do seu chefe, dos seus colegas, dos críticos, do cachorro... Você tem toda razão em ter sentido mágoa, tristeza e desapontamento quando isso aconteceu. Mas sentir tais coisas só tem lógica se for naquele momento. Nunca Mais.
Se você está, ainda hoje, sentindo essa decepção, essa tristeza, essa mágoa com outra pessoa, então você está ressentido, ou ressentida, com ela. Veja com atenção o significado da palavra ressentimento: RE-SENTIMENTO. Sentir novamente. Sentir infinitamente, para alguns.
Qual a razão de usar sua mente para sentir novamente coisas ruins, fragilidades e decepções? Não me refiro a nenhum princípio religioso, espiritual ou moral, somente uma razão prática: sentir coisas ruins novamente não tem absolutamente nenhuma função, exceto prender você ao passado e tornar você uma eterna vítima de alguém que nem mesmo está tentando prejudicar você mais.
Ao guardar qualquer ressentimento você está se acorrentando a alguém que lhe fez mal, mesmo que essa pessoa não queira mais isso. Você está re-sentindo a dor que só existe em sua memória. Repita comigo: nunca mais.
A outra pessoa, por pior que tenha sido, não será prejudicada por seu ressentimento. Mas você será. Você desperdiçará momentos únicos das suas vinte e quatro horas para pegar o punhal que alguém usou contra você há semanas, meses, anos ou décadas atrás e, acredite ou não, você mesmo estará se apunhalando dia-após-dia, com seu re-sentimento. Nunca mais.
Se o problema tiver sido com um cliente, ficar ressentido não ajudará sua próxima venda. Se tiver sido com a ex-namorada, ficar ressentido não tornará você atraente para a próxima, e talvez definitiva. Se tiver sido com seu marido, ficar ressentida não ajudará comunicar-se e corrigir a situação. Se tiver sido com... qualquer pessoa, ficar ressentido não ajudará você. Pode até ajudar ela a se livrar de você.
Se o caso for tão grave que tenha que ser resolvido em tribunais, deixe advogados cuidando disso e se concentre em sua vida e sua felicidade. Não caia na armadilha do ressentimento. Nunca mais. Viva o momento presente. Há momentos de tristezas, decepções, erros, partidas, traições ou simplesmente azar. Chore, reclame, brigue e viva o momento que tiver que viver. Mas, quando o momento passar, viva o momento seguinte, sem ficar com os grilhões do passado prendendo sua existência até sua morte.
Esqueça as coisas ruins do passado. Ele não existe mais. Nunca mais. Isso inclui os ressentimentos contra aquela pessoa que você encontra no espelho. O que ela tiver feito de errado, ontem ou há 30 anos, deve ser deixado de lado. Não sinta ressentimento quanto aos erros dessa pessoa. Nunca mais.
E, se mesmo com toda a lógica do mundo, você ainda estiver "sentindo re-sentimento" e mágoa de alguém, lembre-se do que disse William Shakespeare. Somente um pateta faria isso, e você não quer ser pateta, quer? Nunca mais!
Aldo Novak

Tudo que Eu Devia Saber na Vida Aprendi no Jardim de Infância

Tudo que Eu Devia Saber na Vida Aprendi no Jardim de Infância

A maioria das coisas que eu realmente precisava aprender sobre como viver, fazer e ser, eu aprendi no Jardim de Infância.

Sapiência não se encontrava no topo da montanha das escolas de pós-graduação, mas no pátio do jardim.

Essas são as coisas que aprendi: compartilhar todas as coisas; “jogue limpo” e não bata nos colegas. Não pegue nada que não seja seu; limpe a bagunça que você fez. Coloque tudo de volta nos seus lugares. Peça desculpas quando você magoar alguém. Sempre dê a descarga e lave as mãos, sobretudo, antes das refeições. Viva uma vida equilibrada: além de trabalhar, desenhe, pinte, cante e dance um pouco todos os dias. Lembre-se também de que leite frio e biscoitos fresquinhos podem ser bons para você.

Tire uma soneca à tarde e, quando sair às ruas, cuidado com o trânsito, dêem as mãos e permaneçam juntos. Cultive a imaginação. Lembre-se da semente de feijão que a professora colocava no vaso de água. As raízes cresciam para baixo e as folhas para cima e ninguém sabia explicar por quê. Nós somos parecidos. Os peixinhos do aquário, os passarinhos da gaiola, as sementes do feijão, todos morrem também.

Recorde-se do grande e melhor conselho da época: Olhe! Olhe ao seu redor! Tudo o que você precisa saber está aí a sua volta. As regras de ouro: paz, amor, ecologia e uma vida saudável.

Imagine como o mundo seria melhor se todos tivessem um lanchinho com leite e biscoitos às 3 da tarde e, em seguida tirassem uma soneca. Imagine se fosse política nacional que todos os cidadãos tivessem que limpar a sua própria bagunça e colocar as coisas de volta em seus lugares. Imagine se todos dessem as mãos e permanecessem juntos.

Robert Fulghum

A Ingratidão

Quadro de Salvador Dali, Perspectives, 1937

A Ingratidão

Sob qualquer aspecto considerada a ingratidão é sempre um estado de inferioridade daquele que a cultiva.
Resquício da barbárie, ela fere os sentimentos e estiola as promessas de desenvolvimento do bem nas almas frágeis que lhe sofrem o guante do primarismo.
O ingrato encontra-se enfermo, mascarando a doença com a rebeldia ou anestesiando-se nos vapores da fatuidade de que se reveste, para um posterior despertamento em situação lamentável de abandono e quebrantamento.
O egoísmo é, sem dúvida, o fomentador pérfido da ingratidão, desde que inspira merecimento quer a criatura não possui, mas exibe, perturbando-se na avaliação dos valores da personalidade.
Os que deixam seduzir pelas artimanhas dessa inferioridade latente, que deve ser vencida a penates de sacrifício, vigilância e ação correta na fraternidade, sabem conquistar favores para logo depois arrefecerem a gentileza sob a indiferença mórbida em que terminam por deixar-se intoxicar.
Há, no entanto, no esquema da ingratidão, uma forma que se faz mais brutal, caracterizada pela crueldades defluente da insensatez perversa: a dos filhos para com os pais!
A insolência do filho ingrato, que se atira sobre os pais indefesos que lhe sofrem a peçonha e a agressividade, é dos mais graves comprometimentos que o espírito encarnado assume para o futuro ressarcimento doloroso.
Arrojar na face dos genitores palavras de acusação e esbordoá-los com manoplas ígneas, constitui loucura em começo tomando curso para mais lamentáveis desequilíbrios.
A petulância e o atrevimento do filho ingrato, no desrespeito a quem lhe concedeu a forma física, o carinho, as horas insones como as da ansiedade durante os anos primeiros, ferem fundo, abrindo porém, os abismos em que mais tarde tombam esses desassisados.
Os filhos ingratos são o fruto doente da existência em que fracassam as esperanças deles próprios, porquanto, mesmo que triunfem na aparência, corroem-se na neurose interior de que se não conseguem libertar...
Pais sofridos e macerados por filhos ingratos, amai e orai mais por esses Espíritos doentes que se refugiaram no vosso coração, mediante formas que lhes emprestastes, e que eles não souberam valorizar.
A ingratidão que vos doam e por vós aceita sem mágoa nem rancor, será, mais tarde, a estrela polar do vosso caminho, quando vencido o trâmite carnal.
Prossegui confiantes e entregai-os, sem angústia, a Deus, Pai de todos nós, que, pacientemente nos tem esperado no curso dos milênios.

Joanna de Ângelis & Divaldo Franco
Livro: Otimismo

Meu Nome é Mulher

Meu Nome é Mulher

Meu nome é mulher
No princípio eu era Eva
Nascida para a felicidade de Adão
E meu paraíso tornou-se trevas
Porque ousei libertação.
Mais tarde fui MARIA
Meu pecado remiria
Dando à luz aquele
Que traria a salvação
Mas isto não bastaria
Para eu encontrar perdão!
Passei a ser AMÉLIA
A mulher de verdade
Para a sociedade.
Não tinha a menor vaidade,
Mas sonhava com igualdade.
Muito tempo depois decidi: não dá mais.
Quero a minha dignidade,
Tenho meus ideais!
Mas o preconceito atroz
Meus 129 nomes queimou.
Então, o mundo acordou
Diante da chama lilás!
Hoje, não sou só esposa ou filha
Sou pai, mãe, arrimo de família,
Sou ourives, taxista, piloto de avião,
Policial feminina, operária de construção!
Ao mundo peço licença,
Para atuar onde quiser
Meu sobrenome é Competência meu nome é MULHER!

Autora: "Pérola Neggra"
Sd Fem PM Fátima Aparecida Santos de Souza, do 30º BPM/M

A alma do outro

A alma do outro

"No relacionamento amoroso, familiar ou amigo acredito que partilhar a vida com alguém que valha a pena é enriquecê-la. Permanecer numa relação desgastada é suicídio emocional, é desperdício de vida""A alma do outro é uma floresta escura", disse o poeta Rainer Maria Rilke, meu único autor de cabeceira.
A vida vai nos ensinando quanto isso é verdade. Pais e filhos, irmãos, amigos e amantes podem conviver décadas a fio, podem ter uma relação intensa, podem se divertir juntos e sofrer juntos, ter gostos parecidos ou complementares, ser interessantes uns para os outros, superar grandes conflitos – mas persiste o lado avesso, o atrás da máscara, que nunca se expõe nem se dissipa.
Nem todos os mal-entendidos, mágoas e brigas se dão porque somos maus, mas por problemas de comunicação. Porque até a morte nos conheceremos pouco, porque não sabemos como agir. Se nem sei direito quem sou, como conhecer melhor o outro, meu pai, meu filho, meu parceiro, meu amigo – e como agir direito?
Neste momento escrevo, como já disse, um livro sobre o silêncio. Começou como um ensaio na linha de O Rio do Meio e Perdas & Ganhos, mas acabou se tornando um romance, em pleno processo de elaboração. Isso me faz refletir mais agudamente sobre a questão da comunicação e sua por vezes dramática dificuldade, pois nos mal-entendidos reside muito sofrimento desnecessário.
Amor e amizade transitam entre esses dois "eus" que se relacionam em harmonia e conflito: afeto, generosidade, atenção, cuidados, desejo de partilhamento ou de vida em comum, vontade de fazer e ser um bem, e de obter do outro o que para a gente é um bem, o complicado respeito ao espaço do outro, formam um campo de batalha e uma ponte. Pontes podem ser precárias, estradas têm buracos, caminhos escondem armadilhas inconscientes que preparamos para nossos próprios passos em direção do outro. O que está mergulhado no inconsciente é nosso maior tesouro e o mais insidioso perigo.
Pensar sobre a incomunicabilidade ou esse espaço dela em todos os relacionamentos significa pensar no silêncio: a palavra que devia ter sido pronunciada, mas ficou fechada na garganta e era hora de falar; o silêncio que não foi erguido no momento exato – e era o momento de calar.
Mas, como escrevi várias vezes, a gente não sabia. É a incomunicabilidade, não por maldade ou jogo de poder, mas por alienação ou simples impossibilidade. Anos depois poderá vir a cobrança: por que naquela hora você não disse isso? Ou: por que naquele momento você disse aquilo?
Relacionar-se é uma aventura, fonte de alegria e risco de desgosto. Na relação defrontam-se personalidades, dialogam neuroses, esgrimem sonhos e reina o desejo de manipular disfarçado de delicadeza, necessidade ou até carinho. Difícil? Difícil sem dúvida, mas sem essa viagem emocional a existência é um deserto sem miragens.
No relacionamento amoroso, familiar ou amigo acredito que partilhar a vida com alguém que valha a pena é enriquecê-la; permanecer numa relação desgastada é suicídio emocional, é desperdício de vida. Entre fixar e romper, o conflito e o medo do erro.
Somos todos pobres humanos, somos todos frágeis e aflitos, todos precisamos amar e ser amados, mas às vezes laços inconscientes enredam nossos passos e fecham nosso coração. A balança tem de ser acionada: prevalecem conflitos ásperos e a hostilidade, ou a ternura e aqueles conflitos que ajudam a crescer e amar melhor, a se conhecer melhor e melhor enxergar o outro? O olhar precisa ser atento: mais coisas negativas ou mais gestos positivos? Mais alegria ou mais sofrimento? Mais esperança ou mais resignação?
Cabe a cada um de nós decidir, e isso exige auto-exame, avaliação. Posso dizer que sempre vale a pena, sobretudo vale a pena apostar quando ainda existe afeto e interesse, quando o outro continua sendo um desafio em lugar de um tédio, e quando, entre pais e filhos, irmãos, amigos ou amantes, continua a disposição de descobrir mais e melhor quem é esse outro, o que deseja, de que precisa, o que pode – o que lhe é possível fazer.
Em certas fases, é preciso matar a cada dia um leão; em outras, estamos num oásis. Não há receitas a não ser abertura, sinceridade, humildade que não é rebaixamento. Além do amor, naturalmente, mas esse às vezes é um luxo, como a alegria, que poucos se permitem.
Seja como for, com alguma sorte e boa vontade a alma do outro pode também ser a doce fonte da vida.

Lya Luft é escritoraVEJA Edição 2005, 25 de abril de 2007
Ponto de vista: Lya Luft

Urgente

URGENTE
É uma palavra com que convivemos dia a dia em nossa vida agitada, e da qual perdemos todo o real significado de “prioridade”.

URGENTE
É a maneira pequena de viver neste mundo, porque no dia em que partimos deixamos pendentes as coisas que verdadeiramente foram URGENTES.

URGENTE
É que você pare um momento na sua agitada vida e se pergunte: Que significado tem tudo isso que faço?

URGENTE
É que você seja mais humano e mais irmão.

URGENTE
É que saiba valorizar o tempo que se tem com uma criança.

URGENTE
É que veja o nascer do sol, sinta seu calor e agradeça a Deus por tão grandioso presente.

URGENTE
É que olhe a sua família, seus filhos, sua esposa e a todos que lhe rodeiam e valorize tão grandioso tesouro.

URGENTE
É que diga às pessoas que lhe são caras o quanto as ama.

URGENTE
É que você saiba que é filho de Deus, e se dê conta, de que Ele lhe ama e quer lhe ver sorrindo, feliz e cheio de vida!

URGENTE
É que você não deixe a vida passar como um sopro e que quando estiver velho, não olhe para trás como quem quer voltar e sinta que já não há mais tempo, porque tudo que fez foi em virtude de seu incessante trabalho e de seu repugnante orgulho, pois ”se esqueceu de VIVER”!

Viva intensamente cada segundo e pare para contemplar as belezas da natureza e as criaturas maravilhosas que dela fazem parte. Viva da melhor forma possível, contribuindo com o bem estar de todos que o rodeiam, criando assim um ambiente de paz contínua!
Portanto, saiba distinguir o quanto antes o que é urgente em sua vida.

(Desconheço a autoria)

A Irritação

A Irritação

Hoje é muito comum as pessoas dizerem: "Não fale comigo hoje, pois estou irratada(o)", "Não agüento mais fulano(a) ! Ele(a) me irrita".

Afinal, onde começa a irritação? É o(a) outro(a) que te irrita ou é você que fica irritado?

Os seus sentidos se irritam, e não você. Enquanto você estiver identificado com os sentidos a irritação permanece. Os sentidos existem como veículos de captação de cada instante. Você está recebndo dezenas de informações de todas as partes a cada instante.

Saiba que o seus sentidos estão impregnados de crenças, regras, julgamentos e interpretações distorcidas da realidade. Seus sentidos estão totalmente poluídos por uma reprogramação constante do que é certo ou errado. Desde a infância os seus pais já diziam o que pode ou que não pode ser feito como se fossem buzinas intermináveis ressoando no seu aparelho auditivo. O seu cérebro mal se desenvolveu e você já foi programado para ser de um jeito.

A irritação é como um chiado de rádio fora da estação. É um mecanismo de defesa do ego. Os seus sentidos captam as informações do ambiente e das pessoas ali presentes e se o que você vê, escuta e sente não estiver dentro dos seus padrões de aceitação, possivelmente o sistema começará a sofrer estresse, gerando alteração do humor, desconforto físico e, consequentemente, muita irritação.

Esse mecanismo funciona através de duas palavras chaves: aceitação ou rejeição. Aceitação é igual a conforto. Rejeição é igual à tensão, desconforto.

Pare um pouco, e reflita: com o que você realmente está irritado? Com o outro ou com aquilo que você não aceita no outro? Com o ambiente ou com o visual não adequado que você acha do ambiente ? A cidade é chata ou não está dentro dos seus padrões de conforto e diversão?

Portanto, se você se irrita constantemente, comece a rever os seus valores e princípios. É bem provável que eles estão saindo do padrão social e você queira mudar o que acontece a sua volta.

Quando a irritação surgir, faça uma pausa. Observe o dentro e o fora. Volte a sua atenção para os seus sentidos. Perceba-os. Reflita sobre o que está acontecendo ? O que os seus sentidos estão captando que você não está dando conta?

Através dessas perguntas básicas você pode descobrir coisas que você não se dava conta. Não tente inibir a irritabilidade. Observe-a. Perceba-a e dialogue com ela.

É muito comum tentar sair imediatamente da situação quando se sentir irritada(o). Porém, isso não vai com que você se livre da irritação. Essa atitude apenas encobrirá a irritação fazendo com que a irritabilidade permaneça como pano de fundo, voltando ainda mais forte quando você se deparar com um novo estímulo.

Experimente praticar o silêncio e a observação. Não tome decisões precipitadas. Questione os impulsos, medite, descanse, fique sozinho quando puder. E lembre-se que você não é irritado, mas você fica irritado.

Autora: Elaine Lilli Fong
Instituto União
http://www.institutouniao.com.br/

Reflexão:
"Sua raiva não pode ser justificada por nada. A razão para a sua raiva está sempre dentro de você.

Martha Medeiros

Gente fina, elegante e sincera
Martha Medeiros


Entrei numa loja de discos - estava às moscas, só mesmo eu para ainda comprar CDs - e tocava uma música do Lulu Santos. Aliás, a que mais gosto dele, Tempos Modernos, principalmente daquela parte que diz: "Eu vejo um novo começo de era/de gente fina, elegante e sincera/com habilidade/pra dizer mais sim do que não...”


Faz um tempão que eu espero essa nova era começar, mas por enquanto ainda vejo por aí gente grossa e deselegante, que não dá a menor importância para a maneira como trata os outros.


Lembrei dessa música porque semana passada publiquei no meu blog um texto de não mais de 10 linhas falando sobre minha satisfação com a conquista do Inter no Campeonato Gaúcho e me declarando uma colorada sincera, porém meia-boca, já que foi-se o tempo em que eu ia ao estádio e sabia a escalação de cor. Hoje acompanho o time de longe, mas ainda me emociono com as grandes conquistas.


Audácia minha, declarar que sou colorada em público. Há quem considere isso um insulto, e xinga pra valer. Não importa que seja uma minoria: enquanto existir um único destemperado que parta pra ignorância por causa de algo tão saudável como o esporte, o risco de violência nos estádios seguirá existindo. A rivalidade sempre fez parte do jogo e uma segunda-feira sem flauta não é segunda-feira. Mas há quem leve essa rivalidade a sério demais, e imagino que sejam essas as pessoas que vão aos estádios em busca de discussão e pancadaria.


Tem muita gente que ainda se sente ofendida pelas diferenças dos outros - qualquer diferença. Incapazes de levar a vida com leveza, eles espancam homossexuais, mendigos e prostitutas, discriminam os que têm tatuagens, revoltam-se com os que votam em partidos que não o deles, perseguem os que possuem outra religião e, claro, brigam feio com torcedores de outros times. Essa é a maior bandeira que o inseguro pode dar: se há pessoas que não são como ele, talvez sejam melhores do que ele, então só lhe resta atacá-las, agredi-las, destruí-las. Conviver em paz, nem pensar.


Sigo aguardando um novo começo de era, com gente fina (que não é sinônimo de riqueza), gente elegante (que não é sinônimo de grife) e gente sincera (que não é sinônimo de brutalidade), com habilidade para cuidar do planeta não apenas no que diz respeito à ecologia, mas também em relação ao superaquecimento dos ânimos. Gente mais cool - não necessariamente gelada - torna o ar mais respirável.


ZERO HORA, 14 de maio de 2008 N° 15601
Quadro de Trish Biddle - Reflections IV

Só o amor não basta [Casamento]

Só o amor não basta [Casamento]

Aos que não casaram,
Aos que vão casar,
Aos que acabaram de casar,
Aos que pensam em se separar,
Aos que acabaram de se separar.
Aos que pensam em voltar...

Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja.

O AMOR É ÚNICO,
como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus.

A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue,
A SEDUÇÃO
tem que ser ininterrupta...

Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança, acabamos por sepultar uma relação que poderia
SER ETERNA.

Casaram. Te amo pra lá, te amo pra cá. Lindo, mas insustentável.
O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas.
Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes, nem necessita de um amor tão intenso.
É preciso que haja, antes de mais nada,
RESPEITO.
Agressões zero.

Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência...
Amor só, não basta. Não pode haver competição. Nem comparações.
Tem que ter jogo de cintura, para acatar regras que não foram previamente combinadas.
Tem que haver
BOM HUMOR
para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades.
Tem que saber levar.

Amar só é pouco.
Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas para pagar.
Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar.
Tem que ter um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar.

Entre casais que se unem , visando à longevidade do matrimônio, tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um.
Tem que haver confiança. Certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão.
E que amar "solamente", não basta.

Entre homens e mulheres que acham que
O AMOR É SÓ POESIA,
tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade.
Tem que saber que o amor pode ser bom pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado.

O amor é grande, mas não são dois.
Tem que saber se aquele amor faz bem ou não, se não fizer bem, não é amor.
É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência.
O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.

Um bom Amor aos que já têm!
Um bom encontro aos que procuram!
E felicidades a todos nós!

Artur da Távola

Deleta!

Deleta!
Até os computadores mais completos e potentes, aqueles com um "HD" espaçoso e enorme, uma hora precisam de uma limpeza nos dados gravados.
Então, paramos para analisar o que guardamos, as informações que acumulamos na memória do micro.
De imediato deletamos um monte de coisa inútil, coisas que nem mesmo nós sabemos porque está ali.
Músicas que não gostamos e gravamos, vídeos horrorosos que nos mandaram e guardamos, fotos que não retratam nada da nossa vida e guardamos, textos absurdos que nos enviaram e sabe lá porque arquivamos, e vamos deletando... e a capacidade do nosso "HD" vai voltando ao normal, o computador fica mais leve e muito mais rápido.
Se no computador que cuidamos diariamente, guardamos tantas tranqueiras até quase explodir, imagine dentro de nós mesmos, no nosso "HD/Cérebro"?
Quantos sentimentos "ruins e negativos" perdidos?
Quantas energias e recomendações dos outros que estão em nós?
Quantos desejos recalcados, presos na memória?
Quantos "vídeos" (cenas) do passado que não foram apagados?
E quando você menos espera vem aquela imagem na sua cabeça, e o corpo todo sente, assim como o "computador", ficamos mais lentos, por vezes até paralisamos...
Nós não temos uma tecla DELETE simples como a do micro, mas temos a capacidade de remover o que não nos serve, através da troca de experiências!
Trocamos amores frustrados por um amor realizado,
trocamos "falsos amigos", por uma amizade verdadeira,
trocamos um desgosto por uma alegria,
trocamos a saudade pelo reencontro,
trocamos a ausência pelo preenchimento de nós mesmos,
trocamos a nossa fraqueza pela força da fé.
Neste momento, experimente trocar a dúvida que há em você,
pela certeza de que você tem tudo para ser feliz,
troque o rosto cheio de mágoas pelo sorriso,
a preocupação pela determinação,
a dor pelo amor, a culpa pelo perdão,
e para deletar tudo o que não lhe serve mais,

aperte a tecla da alegria e limpe a sua alma.
Grave o amor!

Paulo Roberto Gaefke
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