Quer colaborar com o mundo? Comece por você.
Tem gente a beça fazendo discurso pela ordem e reclamando em nome dos outros, mas mantém a própria vida desarrumada. Trabalham naquilo que não gostam, não se esforçam para manter uma relação de amor prazerosa, não cuidam da própria saúde, não se interessam por cultura e informação, e estão mais propensos a rosnar do que a aprender. Com a cabeça assim minada, vão passar que tipo de tranqüilidade adiante? Que espécie de exemplo? E vão reivindicar o que?
Quer uma cidade mais limpa, comece pelo seu quarto, seu banheiro, e seu jardim. Quer mais justiça social, respeite os direitos da empregada que trabalha na sua casa. Um trânsito menos violento, é simples: Avalie como você mesmo dirige. E uma vida melhor para todos? Pô, ajudaria bastante pôr um sorriso nesse rosto, encontrar soluções viáveis para seus problemas, dar uma melhorada em você mesmo.
Parece simplório, mas é apenas simples. Não sei se esse é o tal “segredo” que andou circulando pelos cinemas e sendo publicado em livro, mas o fato é que dar um jeito em si mesmo já é uma boa contribuição para salvar o mundo, essa missão tão heróica e tão bem intencionada.
Claro que não é preciso estar com a vida ganha para ser solidário. A experiência mostra que as pessoas que mais se sensibilizam com os dilemas alheios, são aquelas que ainda tem muito a resolver na sua vida pessoal. Por outro lado, elas não praguejam, não gastam o seu latim a toa: agem. A generosidade é seu oxigênio.
Antes de falar mal da “Caras”, pense se você mesmo não anda fazendo muita fofoca. Coloque sua camiseta pró-ecológica, mas antes lembre-se de não jogar lixo nas ruas, e nem de usar o carro desnecessariamente.Reduza o desperdício em sua casa. Uma coisa está relacionada a outra: você e o universo. Quer mesmo salvá-lo? Analise seu próprio comportamento. Não se sinta culpado por pensar em si próprio. Cuide do seu espírito, do seu humor. Arrume seu cotidiano. Agora sim, vá em frente e mostre aos outros como se faz…
Martha Medeiros
Revista de Domingo
Jornal O Globo - 07/10/07
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