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Separação

Separação
Paulo Roberto Gaefke

"De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto".
Vinícius de Moraes - Soneto da Separação

Não tem como explicar o que acontece de repente,
e mal dá para fingir o que de verdade a gente sente,
na separação inesperada de quem tanto amamos,
no relacionamento quebrado, a dor do indesejado,
na morte, a ruptura, a dor da eternidade;nos dois;
o luto da infelicidade.

Por isso quero viver cada dia
como se fosse um ano inteiro,
e mesmo estando em janeiro,
eu possa perceber no ar a docilidade de dezembro,
e fazer desse amor que carrego,
um eterno tocar de sinos, de luzes que se acendem,
de beijos eternos que não saciam,
que pedem sempre mais...

E assim, se um dia eu partir,
ou se o amor me deixar,
eu posso ter a certeza
de ter vivido a plenitude do amor,
e carregar comigo, não a dor da separação,
mas o gosto doce da paixão bem resolvida,
de almas que se tocam além dos corpos,
e assim, poderei dizer do amor vivido:
foi mais do que chama, mais que paixão,
foi a entrega permitida, plena e segura
do meu coração.

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