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O caminho da vida - Chaplin

O caminho da vida

O caminho da vida pode ser o da liberdade
e da beleza, porém nos extraviamos.
A cobiça envenou a alma dos homens…
levantou no mundo as muralhas do ódios…
e tem-nos feito marchar a passo de ganso
para a miséria e morticínios.
Criamos a época da velocidade,
mas nos sentimos enclausurados dentro dela.
A máquina, que produz abundância,
tem-nos deixado em penúria.
Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos;
nossa inteligência, empedernidos e cruéis.
Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.
Mais do que de máquinas,
precisamos de humanidade.
Mais do que de inteligência,
precisamos de afeição e doçura.
Sem essas virtudes,
a vida será de violência e tudo será perdido.
Charles Chaplin

Amizade: Um tesouro a ser conquistado

Amizade: Um tesouro a ser conquistado

Pesquisadores da universidade de Yale, nos Estados Unidos da América, realizaram um estudo com dez mil executivos Seniors para medir o poder da amizade na qualidade de vida dos americanos.
O resultado foi impressionante: ter amigos reduzia em nada menos que 50% o risco de morte, sobretudo por doenças, num período de cinco anos. Estas informações foram publicadas por um jornal carioca, recentemente, nos convidam a pensar a respeito das amizades que cultivamos.
Muitos de nós temos facilidades para fazer novos amigos. Mas, nem sempre temos habilidade suficiente para manter essas amizades. É que, pelo grau de intimidade que os amigos vão adquirindo em nossas vidas, nos esquecemos de os respeitar.
Assim, num dia difícil, acreditamos que temos o direito de gritar com o amigo. Afinal, com alguém devemos desabafar a raiva que nos domina. Porque estamos juntos muitas horas, justamente por sermos amigos, nos permitimos usar para com eles de olhares agressivos, de palavras rudes.
Ou então, usamos os nossos amigos para a lamentação constante. Todos os dias, em todos os momentos em que nos encontramos, seja para um lanche, um passeio, uma ida ao teatro ou ao cinema, lá estamos nós, usando os ouvidos dos nossos amigos como lixeira.
É isso mesmo. Despejando neles toda a lama da nossa amargura, das nossas queixas, das nossas reclamações. Quase sempre, produto da nossa forma pessimista de ver a vida. Sim, nossos amigos devem saber das dificuldades que nos alcançam para nos poderem ajudar. O que não quer dizer que devamos estragar todos os momentos de encontro, de troca de afetos, com os nossos pedidos, a nossa tristeza.
Os amigos também têm suas dificuldades e para nos alegrar, procuram esquecê-las e vêm, com sua presença, colocar flores na nossa estrada árida. Outras vezes, nos permitimos usar nossos amigos para brincadeiras tolas, até de mau gosto. Acreditando que eles, por serem nossos amigos, devem suportar tudo. E quase sempre nos tornamos inconvenientes e os machucamos.
Por isso, a melhor fórmula para fazer e manter amigos é usar a gentileza, a simpatia, a doçura no trato com as pessoas.
Lembremos que a amizade, como o amor, necessita ser alimentada como as plantas do nosso jardim. Por isso a amizade necessita, para se manter da terra fofa da bondade, do sol do afeto, da chuva da generosidade, da brisa leve dos pequenos gestos de todos os dias.

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Usa a cortesia nos teus movimentos e ações, gerando simpatia e amizade.
Podes começar no teu ambiente de trabalho. Os que trabalham contigo merecem a tua consideração e o teu respeito.
Torna-os teus amigos. Por isso, no trato com eles, usa as expressões: por favor, muito obrigado.
Lembra-te de dizer bom dia, com um sorriso, desejando de verdade que eles todos tenham um bom dia.
Observa e ajuda quanto puderes, gerando clima de simpatia.
Sê amigo de todos e espalha o perfume da amizade por onde vás e onde estejas.
Fonte: Sei nº 1676 de 13/05/2000 – pág. 2 – Amizade: um tesouro a ser conquistado Vida Feliz nº CLXXIII.

www.momento.com.br

Prece Amiga

Prece Amiga

Ofereço a você, para que fique na sua alma e para oferecer para alguém especial e que assim, possamos nos abençoar, numa corrente de amor, fraternidade e paz.

"Eu desejo:
Que o seu caminho seja plano,
que as subidas sejam amenas,
e as descidas suaves.

Que o vento sopre como brisa,
que a chuva lave a sua alma,
que os campos sejam floridos,
e às árvores deêm frutos.

Que os pássaros cantem delicadas melodias,
que as flores fiquem mais perfumadas,
que o mar traga fartura,e que o rio siga seu curso.

Que as dores sejam passageiras,
que a saudade seja doce lembrança,
e que o Sol aqueça seu coração.

Que os amigos sejam presentes,
que o amor seja uma constante,
e até que a vida nos reúna outra vez,
porque você é muito importante pra mim,
eu peço nesta pequena oração,
que Deus lhe guarde, abençoe e prospere,
todos os dias da sua vida.
Hoje e sempre,
Amém"

Paulo Roberto Gaefke
www.meuanjo.com.br

Aceitação

Aceitação

Francisco do Espírito Santo Neto-Hammed



Aceita a vida que Deus te deu.
Aceita-te como és.
Aceita teus familiares.
Aceita teus conflitos.
Aceita tuas decepções.
Aceita tua parentela.
Aceita tuas dificuldades financeiras.
Aceita tuas desilusões.
Aceita as ingratidões contra ti.
Aceita tudo e todos.
Aceita atos e atitudes e faze o melhor que puderes.
Aceitar não quer dizer aplaudir e fazer o mesmo, mas compreender que cada um de nós tem e faz o que pode, que cada indivíduo está num grau diferente de evolução.
Portanto, aceita o próximo como ele é.
Tu, porém, trabalha em favor de teu adiantamento espiritual e auto-conhecimento.
Portanto, aceita-te como és, aceita teu próximo e faze sempre o teu melhor.

Pode ser que um dia deixemos de nos falar...

Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Albert Einstein

Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.

Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.

Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.

Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.

O Tamanho das Pessoas...

O Tamanho das Pessoas
William Shakespeare


Os Tamanhos variam conforme o grau de envolvimento...
Uma pessoa é enorme para ti, quando fala do que leu e viveu, quando te trata com carinho e respeito, quando te olha nos olhos e sorri .
É pequena para ti quando só pensa em si mesma, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade, o carinho, o respeito, o zelo e até mesmo o amor.
Uma pessoa é gigante para ti quando se interessa pela tua vida, quando procura alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto contigo.
E pequena quando se desvia do assunto.
Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma.
Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos da moda.
Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas.
Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande.
Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.
É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. O nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de acções e reacções, de expectativas e frustrações.
Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente torna-se mais uma.
O egoísmo unifica os insignificantes.
Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande... é a sua sensibilidade, sem tamanho...

Dizer Adeus - Chaplin

Dizer Adeus
Charles Chaplin

A vida me ensinou...
A dizer adeus às pessoas que amo,
Sem tirá-las do meu coração;
Sorrir às pessoas que não gostam de mim,
Para mostrá-las que sou diferente do que elas pensam;
Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade,
Para que eu possa acreditar que tudo vai mudar;
Calar-me para ouvir;
Aprender com meus erros.
Afinal eu posso ser sempre melhor.
A lutar contra as injustiças;
Sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo,
A ser forte quando os que amo estão com problemas;
Ser carinhosa com todos que precisam do meu carinho;
Ouvir a todos que só precisam desabafar;
Amar aos que me machucam ou querem fazer de mim depósito de suas frustrações e desafetos;
Perdoar incondicionalmente,
Pois já precisei desse perdão;
Amar incondicionalmente,
Pois também preciso desse amor;
A alegrar a quem precisa;
A pedir perdão;
A sonhar acordada;
A acordar para a realidade (sempre que fosse necessário);
A aproveitar cada instante de felicidade;
A chorar de saudade sem vergonha de demonstrar;
Me ensinou a ter olhos para "ver e ouvir estrelas", embora nem sempre consiga entendê-las;
A ver o encanto do pôr-do-sol;
A sentir a dor do adeus e do que se acaba, sempre lutando para preservar tudo o que é importante para a felicidade do meu ser;
A abrir minhas janelas para o amor;
A não temer o futuro;
Me ensinou e está me ensinando a aproveitar o presente, como um presente que da vida recebi, e usá-lo como um diamante que eu mesma tenha que lapidar, lhe dando forma da maneira que eu escolher.

O Sol

O Sol

Mesmo nos dias em que as nuvem tomam conta do céu,
tenha sempre em mente que, acima delas, o sol brilha.
As nuvem são passageiras...
Vão-se com o soprar do vento, ou se desfazem em água.
Mas depois que elas se vão,
podemos perceber aquele
que sempre esteve lá...
Assim é também a presença de Deus em nossas vidas.
Podemos às vezes não perceber, mas acredite:
Ele sempre esteve lá, e sempre estará...

Coragem

Coragem

Estava conversando com uma antiga amiga semana passada – nestes papos despretensiosos em que a gente joga conversa fora em troca de alguns bons momentos de amizade curtidos juntos. No meio da conversa, desabafamos sobre as nossas pendências eternamente incompletas. "Eu tenho uma dentista que não vou há seculos. Não me cuido, não faço visita periódica" ela disse "mas que agora tive que ligar para ela e pedir um remédio urgente, porque meu dente está inflamado". Mas porque não vai logo uma consulta ao invés de tomar remédio? A resposta foi simples: "eu não tive coragem".


Engraçado isso...

A gente diz "coragem" para quem vai enfrentar um momento difícil. Admiramos a coragem de terceiros em situações extremas, que consegue superar seus medos e tem atitudes que beiram a bravura e heroísmo. Respeitamos e adoramos figuras como salva-vidas, bombeiros... Não quero dizer que estes não sejam admiráveis – pelo contrário, o são e muito - mas é que geralmente associamos coragem a esse heroísmo de momentos singulares e esquecemos daquela dose de ousadia necessária ao enfrentamento das intempéries do dia-a-dia: nas amenidades de comportamento que temos e esquecemos – por medo, fuga, falta de tempo ou aquela "sem-gracice" atrás da qual nos escondemos quando quando temos que dizer um "não" para uma pessoa que espera por nós e que não podemos atendê-la.

Acho admirável, por exemplo, quem volta atrás em julgamentos errados. Porque errar, todo mundo erra (e essa sentença já virou clichê e até desculpa para amenizar a culpa por algum deslize) mas é assumir perante todos que faz a diferença. Mostra que a gente é coerente com as nossas idéias, mas que também não tem medo de mudar de opinião em público.

Respeito a coragem daqueles que dizem "não" quando necessário. Porque sempre vão aparecer pedidos de ajuda que não poderemos atender, despesas extras que não dá para arcar e convites irresistíveis que não são sensatos de aceitar. E dizer "não" nessas horas significa enfrentar uma um rosto de desapontamento, uma enxurrada de insistências, um clima "sem graça" de expectativa frustrada de terceiros: uma espécie de pequenas imposições que nos impelem a aceitar. E aí ficamos com aquela sensação de culpa de estar ausente, de não poder ajudar, quando que na verdade o que a gente quer mesmo é nos resguardar um pouco. Por isso, é importante deixar de lado essa falsa "mea culpa" e lançar mão da coragem educada que existe em um "não, obrigado!" firme, gentil e sincero. Uma ousadia que nos liberta de compromissos que não queremos (e principalmente, não precisamos) aceitar; e que ensina aos outros – e a nós mesmos – a respeitar nosso coração.

Considero coragem, sobretudo, o gesto de pedir desculpas. Admitir que se está errado não é, nem de longe, demostração de fraqueza. Coragem é pedir desculpas de coração sincero e humilde, sem nenhum pingo de humilhação ou de inferioridade. Mostra um respeito à pessoa de quem se está pedindo, e uma confiança inspiradora de quem pede. "Eu sei que eu errei e estou dando o primeiro passo para consertar". Simples assim: honesto, libertador, renovador...

Ter coragem é sinal de elegância. É exigir, com gentileza e nunca batendo de frente, o que a gente tem certeza que merece. Mostra coerência com nosso coração. E é sinônimo de autoconfiança, que, como tudo na vida, é uma questão de exercício.

Bom, minha amiga foi ao dentista. E eu volto para o Novo Minuto de Sabedoria após um mês de férias do trabalho (necessárias para colocar minha vida e minha cabeça no lugar). E vamos que vamos: treinando nossa coragem para assumir os errinhos e os desafios nossos de cada dia... E sem esquecer das nossas pequenas vitórias para celebrar...

Clarissa Nazareth reticencias@minutodesabedoria.com.br

Falta de educação e velocidade

Ponto de vista: Lya Luft
Falta de educação e velocidade


"Os motoristas americanos e europeus impressionampela educação. Não por serem bonzinhos ou melhoresdo que nós, mas porque temem a lei"


Os anjos da morte estão cansados de nos recolher, a nós que nos matamos ou somos assassinados no tráfego das estradas, cidades, esquinas deste país. Os anjos da morte estão exaustos de pegar restos de vidas botadas fora. Os anjos da morte andam fartos de corpos mutilados e almas atônitas. Os anjos da morte suspiram por todo esse desperdício.
Não sei se as propagandas que tentam aos poucos aliviar essa tragédia ajudam tanto a preservar vidas quanto as intermináveis, ricas e coloridas propagandas de cerveja ajudam a beber mais e mais e mais, colaborando para uma parte dessa carnificina. Mas sei que estou no limite. Não apenas porque abro jornais, TV e computador e vejo a mortandade em andamento, mas porque tenho observado as coisas em questão. Recentemente, dirigindo numa auto-estrada, percebi um motorista tentando empurrar para o canteiro central um carro que seguia à minha frente na faixa esquerda, na velocidade adequada ao trajeto. Chegava provocadoramente perto, pertinho, pertíssimo, quase batia no outro, que se desviava um pouco lutando para manter-se firme no seu trajeto sem despencar.
Logo adiante, pára tudo, um acidente grave. O motorista do carro assediado, um senhor de cabelos brancos, desce, vai até o carro do imbecil agora parado à sua frente, fala, gesticula, numa justa ira. Depois volta ao carro, em que a família o espera. Recomeça o tráfego, perco os dois de vista. Mas fica em minha memória um motorista boçal tentando fazer um inocente perder o controle do carro. Era inconseqüente por natureza, era um agressivo perigoso, ou estaria simplesmente alcoolizado às 8 da manhã?
Outro dia observei na televisão um motorista, apanhado a quase 200 por hora, sendo entrevistado ainda dentro do carro. Fiquei impressionada com seu sorriso idiota, o arzinho arrogante, o jeito desafiador com que encarou a câmera num silêncio ofendido, quando perguntado sobre as razões da sua insanidade. Todo o seu ar era de quem estava coberto de razão: a lei e a segurança dos outros e a dele próprio nada valiam diante da sua onipotência.
Atenção: os jovens são – em geral, mas não sempre – mais arrojados, mais imprudentes, têm menos experiência na direção. Portanto, são mais inclinados a acidentes, bobos ou fatais, em que a gente mata e morre. Mas há um número impressionante de adultos – mais homens do que mulheres, diga-se de passagem, porque talvez sejam biologicamente mais agressivos – cometendo loucuras ao dirigir, avançando o sinal, quase empurrando o veículo da frente com seu pára-choque, não cedendo passagem, ultrapassando em locais absurdos sem a menor segurança, bebendo antes de dirigir, enfim, usando o carro como um punhal hostil ou um falo frustrado.
Cada um se porta como quer – ou como consegue. Isso vem do caráter inato, combinado com a educação recebida em casa. Quando esse comportamento ultrapassa o convívio cotidiano e pode mutilar pais de família, filhos e filhas amados, amigos preciosos, ou seja lá quem for, então é preciso instaurar leis férreas e punições comparáveis. Que não permitam escapadelas nem facilitem cometer a infração com branda cobrança. Que não admitam desculpas e subterfúgios, não premiem o erro, não pequem por uma criminosa omissão.
Precisamos em quase tudo de autoridade e respeito, para que haja uma reforma generalizada, passando da desordem e do caos a algum tipo de segurança e bem-estar. Os motoristas americanos e europeus impressionam pela educação. Não por serem bonzinhos ou melhores do que nós, mas porque temem a lei, a punição, a cassação da carteira, a prisão, por coisas que aqui entre nós são consideradas apenas "normais", meros detalhes, "todo mundo faz assim".
Autoridade justa, mas muito rigorosa, é o que talvez nos deixe mais lúcidos e mais bem-educados: em casa, na escola, na rua, na estrada, no bar, no clube, dentro do nosso carro. E os fatigados anjos da morte poderão, se não entrar em férias, ao menos relaxar um pouco.


Lya Luft é escritora


VEJA Edição 2048 20 de fevereiro de 2008

Tempestades da vida

Tempestades da Vida

Há noites muito escuras em que o vento violento e ruidoso traz a tempestade inclemente. Os trovões e os relâmpagos invadem a madrugada como se fossem durar para sempre.
Não há como ignorar os sentimentos que tomam de assalto nossos frágeis corações.
O medo e a incerteza tiram nosso sono, e passamos minutos infindáveis,imaginando o pior, temerosos de que o céu possa, de um momento para outro, cair sobre nossas cabeças.
Sem, no entanto, qualquer aviso, o vento vai se acalmando, as gotas dechuva começam a cair com menos violência e o silêncio volta a imperarna noite.
Adormecemos sem nos dar conta do final da intempérie, e quando acordamos, com o sol da manhã a nos beijar a fronte, nem sequer nos recordamos das angústias da noite.
Os galhos caídos na calçada, a água ainda empoçada na rua, nada, nenhum sinal é suficientemente forte para que nos lembremos do temporal que há poucas horas nos assustava tanto.
Assim ainda somos nós, criaturas humanas, presas ao momento presente.
Descrentes, a ponto de quase sucumbir diante de qualquer dificuldade,seja uma tempestade ou revés da vida, por acreditar que ela poderíamos aniquilar ou ferir irremediavelmente.
Homens de pouca fé, eis o que somos.
Há muito tempo fomos conclamados a crer no amor do pai, soberanamente justo e bom, que não permite que nada que não seja necessário e útilnos aconteça.
Mesmo assim continuamos ligados à matéria, acreditando que nossa felicidade depende apenas de tesouros que as traças roem e que o tempo deteriora.
Permanecemos sofrendo por dificuldades passageiras, como a tempestadeda noite, que por mais estragos que possa fazer nos telhados e nos jardins, sempre passa e tem sua indiscutível utilidade.
Somos para Deus como crianças que ainda não se deram conta da grandiosidade do mundo e das verdades da vida.
Almas aprendizes que se assustam com trovões e relâmpagos que, nasnoites escuras da vida, fazem-nos lembrar de nossa pequenez e da nossa impotência diante do todo.
Se ainda choramos de medo e não temos coragem bastante para enfrentar as realidades que não nos parecem favoráveis ou agradáveis, é porque em nossa intimidade a mensagem do cristo ainda não se fez certeza.
Nossa fé é tão insignificante que ante a menor contrariedade bradamos que Deus nos abandonou, que não há justiça.
Trata-se, porém, de uma miopia espiritual, decorrente do nosso desejo constante de ser agraciados com bênçãos que, por ora, ainda não são merecidas.
Falta-nos coragem para acreditar que Deus não erra, que esta característica não é dele, mas apenas nossa, caminhantes imperfeitos nesta rota evolutiva.
Falta-nos humildade para crer que, quando fazemos a parte que nos cabe na tarefa, tudo acontece na hora correta e de forma adequada.
As dores que nos chegam e nos tocam são oportunidades de aprendizado e de mudança para novo estágio de evolução.
Assim como a chuva, que embora nos pareça inconveniente e assustadora, em algumas ocasiões, também os problemas são indispensáveis para a purificação e renovação dos seres.
Por isso, quando tempestades pesarem fortemente sobre nossas cabeças, saibamos perceber que tudo na vida passa, assim como aschuvas, as dores, os problemas.
Tudo é fugaz e momentâneo. Mas tudo, também, tem seu motivo e sua utilidade em nosso desenvolvimento.

Visite: www.otimismoemrede.com

As pedras no caminho

As pedras no caminho
por Lara Orlow - lara_kalin@hotmail.com

A nossa vida é repleta de caminhos intrínsecos. Existem entradas e saídas, subidas e descidas e, inevitavelmente, as ‘pedras’ que nos fazem tropeçar, cair ou mesmo mudar a rota do caminho. Mas afinal de contas, para que mesmo servem essas pedras?

O que chamamos de ‘pedras no caminho’ são exatamente os problemas que encontramos. As barreiras, as dificuldades, tudo aquilo que parece nos levar para o caminho oposto daquele que havíamos traçado anteriormente. Pior que isso, nos leva ao desanimo, à descrença e a desesperança.

Essas ‘pedras’ que tanto nos magoam e incomodam nos dão a impressão de que estamos correndo em círculos, atrás do ‘próprio rabo’. A verdade é que nossas dificuldades são aumentadas a cada dia, ou, a cada conquista, entetanto existe um motivo muito importante para esse fato. Esses obstáculos servem para demonstrar que estamos na jornada de nossa evolução.

Cada conquista, seja ela física, espiritual ou emocional, nos leva, sem dúvidas, a subir mais um degrau em nossa escada evolutiva. Cada desejo alcançado traz uma série de acontecimentos que o precedem. Primeiro, temos a necessidade de algo que ainda não sabemos do que se trata; depois, com o autoconhecimento nos tornamos capazes de identificar que necessidade é essa (essa identificação pode demorar de segundos a anos, tudo depende do quanto nos conhecemos, ou ainda, do quanto nos apercebemos de nossa própria existência), A exemplo desse fato, podemos observar crianças de idades diferentes. Uma criancinha de colo chora, mas não sabe identificar se está com fome, frio ou sono, apenas fica enjoadinha; por outro lado, uma criança de maior idade, não só sabe identificar de onde vem seu desconforto, como sabe ainda dizer se está com frio ou calor, se quer comida ou doces, etc. Assim somos nós, durante toda a nossa vida. Com o passar do tempo aprendemos a identificar o que queremos, o que desejamos, o que precisamos e o que necessitamos. Elencamos nossas prioridades.

Depois de termos identificado nossas necessidades passamos a observar as possibilidades que temos em conquistar, procuramos descobrir quais são as ferramentas que estão ao nosso dispor para que consigamos atingir nosso objetivo. Finalmente, vamos à luta, e é nesse momento que as ‘pedras’ aparecem. Essa luta também possui um tempo que não pode ser mensurado. Vai desde uma banal busca de vaga no estacionamento, até a conquista de uma colocação no mercado de trabalho. Desde a procura por um delivery que entregue exatamente a pizza que você deseja naquela noite, até o encontro sublime de seu verdadeiro caminho espiritual.

Não importa a dimensão da sua necessidade, ela lhe pertence, é única e exclusivamente sua, e certamente possui inúmeros bloqueios ou barreiras, que dificultam sua concretização. Além disso, quanto maior a necessidade (essa medida somente você é capaz de efetuar, pois existe aqui a Lei da Relatividade), maiores as ‘pedras’ e os obstáculos que você encontrará. Isso acontece por um simples e válido motivo. A cada processo de conquista de nossas necessidades e/ou objetivos, nós evoluímos e aprendemos, passamos por processos mentais, emocionais e espirituais, que nos levam pelo árduo caminho do crescimento. E como verificar se aprendemos as lições que nos são impostas se não através de provas ainda mais complicadas?

Não me cabe aqui definir o que é complicado (novamente a Lei da Relatividade), mas cabe ressaltar que a cada novo caminho, a cada nova identificação de necessidades e a cada novo objetivo, novos obstáculos também surgem diante do nós, nos levando a reforçar lições aprendidas anteriormente e nos induzindo a aprimorar características adormecidas e por vezes ainda novas em nós.

Isso é o processo de ascensão evolutiva!

Finalmente, conquistamos nosso verdadeiro objetivo, que vai muito além das vagas de estacionamento, pizzas ou amores perdidos. A verdadeira conquista que nos impulsiona, que nos leva a ser quem somos, a nos transformar a cada dia, e a buscar sempre novos horizontes. Nossa integração com o Todo, através do aprendizado da alma.

Isso é evolução!

A partir desse momento quando um novo problema surgir à sua frente, limitando e impedindo suas metas, pense bem! Será que você aprendeu de maneira satisfatória o que tinha que aprender na última conquista? Será que existe algo mais a ser superado em você mesmo? Será que agora você já é capaz de decidir da maneira correta?

Aprenda com suas ‘pedras’ e use-as como um medidor de sua própria evolução. Dessa forma, você verá que viver é muito mais simples e que as pedras, apesar de cada vez maiores, são na verdade as mesmas do início da jornada, apenas cresceram tanto quanto você.

Mas não desanime, isso não significa que as ‘pedras’ jamais o deixarão em paz, ou que você nunca encontrará seu equilíbrio; ao contrrio disso, as pedras servem para sua auto-avaliação. Quando você realmente aprender o que precisa aprender, então descobrirá finalmente métodos de superar seus problemas, de forma a manter-se em seu constante equilíbrio. Aprenderá a lidar com as ‘pedras’, usando-as como aliadas, e jamais como empecilhos.

Boa jornada para você!

Lara Orlow
Texto publicado no Clube Somos Todos Um
http://www.somostodosum.com.br/clube/artigos.asp?id=12212

Anjos de Guarda


"Os espíritos protetores nos ajudam com os seus conselhos, através da voz da consciência, que fazem falar em nosso íntimo - mas como nem sempre lhes damos a necessária importância, oferecem-nos outros mais diretos, servindo-se das pessoas que nos cercam."
Allan Kardec



Anjos de Guarda

Quem cuida de seu filho quando ele não está sob seus olhos?
Você diz que, na escola, os professores são os responsáveis; que em seu lar, você tem uma babá igualmente responsável.
Enfim, você sempre acredita que alguém, quando você não estiver por perto, estará de olho nele.
Parentes, amigos, contratados à parte, há, também, uma proteção invisível que zela por seu filho.
Você pode dizer que é seu anjo de guarda, seu anjo bom. A denominação, em verdade, não importa.
O que realmente se faz de importância é esta certeza de que um ser invisível debruça sua atenção sobre seu filho, onde quer que ele esteja.
E também sobre você. Não se trata de uma teoria para consolar as mães que ficam distantes de seus filhos longas horas.
Ou para quem caminha só nas estradas do Mundo. Refere-se a uma verdade que o homem desde muito tempo percebeu.
Basta que nos recordemos de gravuras antigas que mostram crianças atravessando uma ponte em mau estado, sob o olhar atento de um mensageiro celeste.
Ou que evoquemos o livro bíblico de Tobias, onde um anjo acompanha o jovem em seu longo itinerário, devolvendo-o ao pai zeloso, são e salvo.
É doce e encantador saber que cada um de nós tem seu anjo de guarda. Um ser que lhe é superior, que o ampara e aconselha.
É ele que nos sussurra aos ouvidos: “Detenha o passo! Acalme-se! Espere para agir!”
Ou nos incentiva: “Vá em frente! Esforçe-se! Estou com você!”
É esse ser que nos ajuda na ascensão da montanha do bem. Um amigo sincero e dedicado, que permanece ao nosso lado por ordem de Deus.
Foi Deus quem aí o colocou. e ele permanece por amor de Deus, desempenhando o que lhe constitui bela, mas também penosa missão.
Isso porque em muitas ocasiões, ele nos aconselha, sugere e fazemos ouvidos surdos. Ele se entristece, nesses momentos, por saber que logo mais sofreremos pela nossa rebeldia.
Mas não afronta nosso livre-arbítrio. Permanece à distância, para agir adiante, outra vez, em nova tentativa.
Sua ação é sempre regulada, porque, se fôssemos simplesmente teleguiados por ele, não seríamos responsáveis pelos nossos atos.
Também não progrediríamos, se não tivéssemos que pensar, reflexionar e tomar decisões.
O fato de não o vermos também tem um fim providencial. Não vendo quem o ampara, o homem se confia a suas próprias forças.
E batalha. Executa. Combate para alcançar os objetivos que pretende.
Não importa onde estejamos: no cárcere, no hospital, nos lugares de viciação, na solidão, ele sempre estará presente.
Esse anjo silencioso e amigo nos acompanha desde o nascimento até a morte. E, muitas vezes, na vida espiritual.
E mesmo através de muitas existências corpóreas, que mais não são do que fases curtíssimas da vida do Espírito.
Pense nisso!
Você pode ter se transviado no Mundo. Quem sabe, perdido o rumo dos próprios passos.
Pense, no entanto, que um missionário do bem e da verdade, que é responsável por você, pela sua guarda, permanece vigilante.
Se você quiser, abra os ouvidos da alma e escute-o, retomando as trilhas luminosas.
Ninguém, nunca, está totalmente perdido neste imenso universo de almas e de homens.
Pense nisso!

Redação do Momento Espírita, com base nos itens 492, 495 e 501 de O livro dos espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB.

Martha Medeiros

Os quatro fantasmas


Só convivendo amigavelmente com a finitude, a liberdade, a solidão e a falta de sentido da vida é que conseguiremos atravessar os dias de forma mais alegre.
Martha Medeiros


Leiga, totalmente leiga em psicanálise, é o que sou. Mas interessada como se dela dependesse minha sobrevivência. Para saciar essa minha curiosidade, costumo ler alguns livros sobre o assunto, e acabei descobrindo (não lembro através de qual autor, sinto muito) as quatro principais questões que assombram nossas vidas e que determinam nossa sanidade mental.


São elas: 1) sabemos que vamos morrer;
2) somos livres para viver como desejamos;
3) nossa solidão é intrínseca;
4) a vida não tem sentido.


Basicamente, isso. Nossas maiores angústias e dificuldades advêm da maneira como lidamos com nossa finitude, com nossa liberdade, com nossa solidão e com a gratuidade da vida. Sábio é aquele que, diante dessas quatro verdades, não se desespera. Realmente, não são questões fáceis. A consciência de que vamos morrer talvez seja a mais desestabilizadora, mas costumamos pensar nisso apenas quando há uma ameaça concreta: o diagnóstico de uma doença ou o avanço da idade. As outras perturbações são mais corriqueiras. Somos livres para escolher o que fazer de nossas vidas, e isso é amedrontador, pois coloca a responsabilidade em nossas mãos. A solidão assusta também, mas sabemos que há como conviver com ela: basta que a gente dê conteúdo à nossa existência, que tenhamos uma vontade incessante de aprender, de saber, de se autoconhecer. Quanto à gratuidade da vida, alguns resolvem com religião, outros com bom humor e humildade. O que estamos fazendo aqui? Estamos todos de passagem. Portanto, não aborreça os outros e nem a si próprio, trate de fazer o bem e de se divertir, que já é um grande projeto pessoal.


Volto a destacar: bom humor e humildade são essenciais para ficarmos em paz. Os arrogantes são os que menos conseguem conviver com a finitude, com a liberdade, com a solidão e com a falta de sentido da vida. Eles se julgam imortais, eles querem ditar as regras para os outros, eles recusam o silêncio e não vivem sem aplausos e holofotes, dos quais são patéticos dependentes. A arrogância e a falta de humor conduzem muita gente a um sofrimento que poderia ser bastante minimizado: bastaria que eles tivessem mais tolerância diante das incertezas.


Tudo é incerto, a começar pela data da nossa morte. Incerto é nosso destino, pois, por mais que façamos escolhas, elas só se mostrarão acertadas ou desastrosas lá adiante, na hora do balanço final. Incertos são nossos amores, e por isso é tão importante sentir-se bem mesmo estando só. Enfim, incerta é a vida e tudo o que ela comporta. Somos aprendizes, somos novatos, mas beneficiários de uma dádiva: nascemos. Tivemos a chance de existir. De se relacionar. De fazer tentativas. O sentido disso tudo? Fazer parte. Simplesmente fazer parte.


Muitos têm uma dificuldade tremenda em aceitar essa transitoriedade. Por isso a psicoterapia é tão benéfica. Ela estende a mão e ajuda a domar nosso medo. Só convivendo amigavelmente com esses quatro fantasmas – finitude, liberdade, solidão e falta de sentido da vida – é que conseguiremos atravessar os dias de forma mais alegre e desassombrada.


Zero Hora.com nº 15542, 16/03/2008
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